Manifestações pela educação têm cobertura reduzida na imprensa estrangeira
"Dezenas de milhares de estudantes, acadêmicos e professores foram às ruas do Brasil no mais recente protesto em massa contra o que eles chamam de ataque do presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro à educação", diz uma reportagem do jornal britânico The Guardian sobre as manifestações da quinta-feira (30) em todo o país. Além do texto sobre os protestos, o Guardian também publicou uma galeria de fotos de multidões nas ruas brasileiras
Apesar do grande destaque dado pelo Guardian, a atenção do resto do mundo pareceu reduzida. Duas semanas depois de a primeira onda de protestos nacionais pela educação ter grande destaque internacional e alguns dias após as manifestações a favor do presidente também chamarem atenção no resto do mundo, gerando análises sobre seus impactos políticos, os atos desta semana tiveram uma cobertura bem mais limitada na imprensa estrangeira.
Entre as mais importantes publicações internacionais, o Guardian foi um dos veículos que deu mais atenção aos protestos. A rede Al Jazeera publicou um relato sobre as manifestações logo no início da tarde da quinta-feira. Alguns jornais da América Latina, como o Clarín, também descreveram os protestos, tratados como um "desafio para Bolsonaro".
Mas a maioria das outras publicações importantes no resto do mundo usaram apenas textos curtos de agências de notícias sobre os atos. De forma geral, foi uma cobertura visivelmente bem menor do que a do dia 15, quando os protestos chamaram muito a atenção global.
Mesmo com uma cobertura reduzida das manifestações contra cortes na educação, isso não indica necessariamente uma redução de interesse de forma geral, ou uma limitação da cobertura crítica ao governo.
O fato de ter sido um protesto em si menor do que o registrado nacionalmente no dia 15 de maio pode ajudar a explicar a redução da atenção externa. Nos primeiros atos, a reação de Bolsonaro atacando os manifestantes ajudou a chamar a atenção e dar ainda mais visibilidade aos protestos.
Além disso, a sucessão de manifestações (contra ou favor) também pode ser uma justificativa para a cobertura reduzida, já que a repetição reduz a força da notícia e o interesse que ela pode gerar.
Outro ponto importante é que as manifestações dividiram a atenção internacional com o anúncio de queda no PIB do país, que também teve cobertura crítica na imprensa estrangeira. A economia é um dos pontos centrais de análise externa sobre o país, e há grande preocupação com as dificuldades de recuperação financeira do Brasil.
Além de protestos e da economia, noticiário sobre o Brasil tem sido foco de grande atenção internacional desde a eleição de Bolsonaro, e a imprensa estrangeira tem feito análises muito críticas sobre o novo governo, destacando a perda de popularidade do presidente e as dificuldades encontradas por ele desde que chegou ao poder.
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