Ato a favor de Bolsonaro pode deixá-lo isolado, diz professor de Harvard
As manifestações convocadas em apoio ao governo de Jair Bolsonaro para o domingo podem ter o efeito contrário ao esperado pelo presidente, deixando-o ainda mais isolado politicamente. A avaliação é do professor de ciência política de Harvard Steven Levitsky.
Em entrevista publicada pelo jornal britânico The Guardian em reportagem sobre os atos convocados, Levitsky disse não se surpreender que a dificuldade em formar coalizões no Congresso levasse Bolsonaro a atacar o establishment político do Brasil com "apelos demagógicos às massas".
"Autocratas –e acho que podemos chamar Bolsonaro de um líder bastante autocrático– gostam de governar unilateralmente, e o Brasil é difícil de governar unilateralmente", explicou.
Levitsky é coautor do livro "Como as Democracias Morrem" (Zahar). Segundo ele, o fato de a popularidade de Bolsonaro estar em queda indica que a tática de apelo às massas não deve funcionar. "Parece um esforço muito arriscado para Bolsonaro. É mais provável que termine em seu isolamento", disse.
Para o professor de Harvard, os erros de Bolsonaro e a queda da sua popularidade podem ser bons para a democracia brasileira. "É sempre melhor ter um autocrata inepto e impopular no poder do que um autocrata talentoso e popular."
A reportagem do Guardian sobre as manifestações convocadas em apoio ao presidente também cita a pesquisadora Monica de Bolle, diretora de estudos latino-americanos da Universidade Johns Hopkins. Segundo ela, a situação do Brasil atualmente revela a crescente insatisfação entre os eleitores de Bolsonaro com o governo. "Eles só veem que nada funciona… Se achamos que [Donald] Trump é despreparado para governar, Bolsonaro é 100 vezes mais", disse.
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