Investidores estrangeiros ignoram tragédias e só veem notícia boa do Brasil
Com tragédias em Brumadinho e no CT do Flamengo, além da tempestade no Rio de Janeiro e a morte do jornalista Ricardo Boechat, as últimas semanas pareceram tomadas de notícias negativas sobre o Brasil dentro e fora do país.
A não ser que o leitor se informe apenas pela imprensa internacional de economia e finanças. Publicações voltadas a investidores do mercado financeiro global parecem ignorar os problemas recentes do Brasil e ver apenas notícias boas sobre o país sob o novo governo.
"O Brasil está super ótimo neste momento", diz o começo de um artigo publicado pela revista Forbes nesta semana. E complementa: "Se você for um investidor".
A revista não ignora a série de notícias negativas sobre o país neste ano, e fala das tragédias citadas acima e sobre a nova condenação de Luiz Inácio Lula da Silva e da decisão de Jean Wyllys de deixar o Brasil. Mas diz que investidores têm motivos para ficar felizes.
"Se não fosse pelo mercado, o Brasil ficaria parecido com o que era até alguns meses atrás. Triste. Bagunçado. Marcado por crime e destruição. Mas, se você tem ações do Brasil, você ganhou quase 13% em quatro semanas", diz. "O Brasil cresceu 26% nos últimos seis meses, enquanto os EUA e o resto dos mercados emergentes são negativos ao longo desse período."
Segundo a publicação, o novo governo está "prometendo a lua" para Wall Street.
O tom positivo é parecido com o de um artigo de opinião publicado no Financial Times. "Boas notícias do Brasil nesta semana, quando emergiu um esboço do plano para reformar a Previdência endividada do país", disse.
A publicação traça a história de mais de duas décadas de tentativa de mudanças no sistema previdenciário do país, e alerta que ainda vai ser preciso levar adiante muita negociação para conseguir aprovar o projeto que começou a circular, mas que a notícia é boa para investidores.
"A reforma, sob o novo presidente Jair Bolsonaro, seria um grande passo para colocar o país de volta no caminho para o crescimento após a recessão esmagadora de 2015-2016, aumentando as esperanças de investidores que viram várias tentativas de fazer as mudanças passarem por cima do congresso o último quarto de século."
A empolgação do mercado estrangeiro com o novo governo brasileiro é evidente desde antes mesmo da posse de Bolsonaro. No início do ano, várias dessas publicações voltadas a investidores têm alimentado o otimismo internacional, e uma reportagem da rede CNBC chegou a dizer que o Brasil está atuando para voltar a ser o "queridinho" do mercado.
Isso tudo é positivo para o governo, especialmente depois de uma reação de frustração pela participação de Bolsonaro no Fórum de Davos, quando analistas de mercado sentiram falta de um discurso mais detalhado sobre os projetos reais do governo para a economia.
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