'The Economist' critica sistema político brasileiro e defende sua reforma
O sistema político do Brasil é fragmentado, criou uma cacofonia de vozes sem ideologia e precisa ser reformado. Assim a revista "The Economist" argumenta em um artigo publicado nesta semana, explicando uma das razões para a atual crise política no país, em que quase todos os representantes da população aparecem citados em escândalos de corrupção.
"O sistema atual incentiva a diversidade política em detrimento da qualidade", diz, explicando que qualquer partido que conseguir reunir 486 mil assinaturas tem direito a dinheiro do Estado e tempo grátis na TV. O sistema, continua, "incentiva a corrupção e enfraquece a ligação entre eleitores e seus representantes".
Segundo a revista, ao tentar criar um sistema político proporcional para dar voz a todo o país, a Constituição brasileira criou cacofonia.
"Um estudo de legislaturas eleitas em 137 países entre 1919 e 2015 indicou que a Câmara do Brasil no Congresso atual é a mais fragmentada em todo o mundo no período", diz. "A maioria dos 28 partidos não tem ideologia ou programa político. Quase metade dos eleitores brasileiros esquece o candidato escolhido apenas um mês após a eleição."
O artigo explica que a reforma política é um tema discutido desde a Constituição, mas que o avanço até agora foi limitado.
A esperança, segundo a revista, é que o atual momento de crise política está fazendo com que a população perceba que uma reforma é necessária, e que não se pode aceitar que ela seja feita para proteger os políticos envolvidos em escândalos.
"A chegada da reforma política às ruas é uma boa notícia. Isso significa que ela pode acontecer de verdade."
Esta não é a primeira vez que a "Economist" ataca o sistema político brasileiro. Durante todo o processo de impeachment, um dos focos da revista era uma crítica à disfunção desse sistema, e ela atacou toda a política nacional, apesar de ter defendido a renúncia de Dilma Rousseff. Em todos os momentos, a revista voltou a defender a importância da reforma política
Além disso, a fragmentação da política também não é novidade em suas páginas. Na sua edição de exatamente dois anos atrás, em março de 2015, a revista publicou um artigo semelhante ao atual, em que atacava o fato de o Brasil ter a política mais fragmentada do mundo.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.