Visto de fora, Brasil precisa de moderação política após 'eleição da raiva'
Raiva e ressentimento foram duas das palavras mais usadas por analistas estrangeiros na mídia internacional para explicar o sentimento dos brasileiros nas eleições de domingo. O sentimento antipolítica deu o tom do primeiro turno, vencido pelo candidato que conseguiu simbolizar este movimento.
Para o segundo turno, entretanto, por mais que a perspectiva seja de que o país volte a se dividir e ficar polarizado, o debate deve se voltar também ao centro, discutindo o papel da democracia ao definir quem vai ser o próximo presidente, com a necessidade de um pouco mais de moderação.
Como relatado pelo UOL, imprensa estrangeira viu a "extrema-direita" alcançar votação "estrondosa" no domingo. Jornais de todo o mundo acompanharam a movimentação eleitoral ao longo do dia e a apuração dos votos à noite. O principal destaque logo após a eleição foi o resultado com a ampla vantagem conquistada por Jair Bolsonaro (PSL) sobre Fernando Haddad (PT), que quase garantiu ao deputado federal a vitória já no primeiro turno.
A cobertura internacional, de forma ampla e generalizada, tem sido extremamente crítica à candidatura de Bolsonaro, classificando-o como um candidato de declarações controversas e violentas, e uma ameaça à democracia, um possível desastre na Presidência do país.
Um dos veículos mais críticos a Bolsonaro é o jornal britânico "The Guardian", que chamou o candidato de "pior do que Trump". Segundo uma análise publicada após o resultado do primeiro turno, Haddad precisará formar "a maior das coalizões", se quiser derrotar o candidato da extrema-direita.
O candidato do PT "precisa se posicionar como um campeão da democracia que pode prevenir o Brasil de voltar ao tipo de governo autoritário e assassino que Bolsonaro sempre diz admirar", diz o "Guardian", que publicou editorial dizendo ver em Bolsonaro uma ameaça ao estado democrático.
Segundo a rede BBC, Haddad deverá apostar na moderação no segundo turno.
Segundo o "New York Times", o próprio Bolsonaro também deve adaptar seu discurso para o segundo turno, e já falou em "unir a nação".
Depois do voto da raiva e contra a política, o mundo vai acompanhar enquanto Brasil terá três semanas para decidir sobre o futuro da sua democracia.
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