Gestor americano critica euforia do mercado com possível impeachment
A avaliação de analistas de risco de que há uma probabilidade cada vez maior de a presidente Dilma Rousseff sofrer impeachment tem atraído o interesse dos mercados internacionais. Sempre que a crise cria novos problemas para o governo, a Bolsa reage positivamente, enquanto o dólar se desvaloriza. O interesse do mercado é tanto que muitos investidores já trabalham com a ideia de mudanças no governo como certas para trazer qualquer tipo de estabilidade à economia brasileira.
Segundo o especialista norte-americano em mercados emergentes Mark Mobius, da Franklin Templeton, o otimismo do mercado financeiro com a possibilidade de mudança no governo pode ter sido exagerado. Ele segue o argumento já defendido por uma reportagem publicada pelo jornal "Financial Times", de que é um erro apostar em retomada rápida da economia brasileira.
Mobius é um comentarista frequente na mídia internacional, analisando a posição do Brasil no mercado global. Em entrevista à "Folha de S.Paulo", ele disse acreditar que o entusiasmo só vai perdurar se houver compromisso com reformas estruturais nas contas públicas.
O impeachment "é uma chance de mudança na condução da economia. O atual entusiasmo em relação a uma potencial alteração no quadro político está provavelmente exagerado. Os investidores têm bastante dúvida se haverá de fato uma mudança no Brasil. E, se houver, se isso trará reformas realmente importantes. Os precedentes históricos do país não são bons, obviamente", disse.
A opinião dele, investidores estrangeiros precisariam ver o comportamento dos brasileiros, que são mais pessimistas. "Os investidores locais parecem mesmo mais pessimistas. Todos os dias os brasileiros veem mais impostos, inflação elevada, moeda fraca, notícias sobre corrupção e paralisia política. Os estrangeiros não experimentam essas coisas em sua vida diária. Por esse motivo, são mais capazes, nesse momento, de ter uma visão de mais longo prazo."
Leia a entrevista completa na Folha
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