Movimento de combate à corrupção no Brasil perdeu força, diz New York Times
Depois de cinco anos punindo políticos e empresários envolvidos em escândalos e dando esperança à população, a maior investigação de corrupção da América Latina começou a perder força, diz uma reportagem publicada pelo jornal americano The New York Times.
Segundo a publicação, que trata dos efeitos e da situação atual da Operação Lava Jato no Brasil e em outros países da América Latina, a era de acreditar em uma política mais justa chegou ao fim.
"O retrocesso do Brasil na corrupção pode ser o mais dramático e com consequências na região, dado o que foi alcançado por promotores em poucos anos", diz.
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O jornal avalia que após um forte impulso inicial, os esforços para a adoção de reformas que combatessem a corrupção passaram a sofrer pressões políticas, o que diminuiu a força da mobilização. Além disso, revelações de conversas entre promotores e juízes também minaram a credibilidade da operação, que passou a ser vista por muitos como motivada politicamente –especialmente no julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"A suspeita de que o processo [contra Lula] teve motivação política cresceu depois que Sergio Moro, o juiz que julgou o caso de Lula, se juntou ao governo do presidente Jair Bolsonaro como ministro da Justiça. A indicação –que veio com a promessa de um eventual assento no STF– irritou políticos da esquerda e manchou a imagem de Moro, que havia se tornado um heroi no Brasil e um jurista celebrado internacionalmente", diz o NYT.
O jornal também critica a postura do governo de Bolsonaro em relação à corrupção. Segundo o New York Times, Bolsonaro foi eleito prometendo reforçar a luta contra a corrupção, mas em um ano no poder quebrou protocolos e viu escândalos se aproximarem do seu governo e da sua família.
"Com a autoridade das autoridades policiais restringida, os principais casos de corrupção no Brasil estão paralisados ou se movendo em um ritmo lento, à medida que réus poderosos apelam a condenações e usam táticas legais para adiar sentenças de prisão."
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