Macron caiu na 'histeria' de Bolsonaro sobre Amazônia, diz Washington Post
Após mais de uma semana de ataques públicos e trocas de insultos, está na hora de a diplomacia voltar a funcionar e buscar o equilíbrio nas negociações entre o Brasil e o resto do mundo para tentar salvar a Amazônia. Este argumento apaziguador é defendido por um editorial publicado pelo jornal americano The Washington Post.
Segundo o texto de opinião da publicação, no meio da discussão, a disputa política criou barreiras a propostas contra o fogo na floresta –e ambos os lados erraram.
"O presidente brasileiro frequentemente acusa aqueles preocupados com o destino da Amazônia de colonialismo. Infelizmente, Macron caiu no jogo de histeria de Bolsonaro ao enfatizar o interesse de outras nações no futuro da Amazônia", diz o Post.
Para o jornal, o truque para levar adiante uma parceria pela proteção da Amazônia será convencer o atual governo brasileiro a agir "sem cruzar a extrema sensibilidade de Bolsonaro a qualquer insulto percebido à soberania do Brasil".
O argumento do Post se coloca como contraponto a um movimento que pode ser percebido na imprensa internacional nas últimas semanas. Ao responsabilizar Bolsonaro pelos incêndios e criticá-lo por demonstrar desprezo pelo ambiente, muitos analistas estrangeiros (e o próprio presidente francês) começam a sugerir discutir a soberania do território em chamas. Esse movimento é perigoso para a política internacional como um todo, e acaba alimentando ainda mais o argumento do governo sobre interesses internacionais pela Amazônia –criando um ciclo problemático que não ajuda a combater o fogo.
A proposta de busca de equilíbrio feita pelo jornal, portanto, faz sentido. A diplomacia bem balanceada e sem brigas pode ser a melhor forma de levar adiante as conversas sobre o incêndio na floresta. E o Brasil tem um papel a cumprir no processo.
"Bolsonaro deve parar de brigar e receber o dinheiro da ajuda, e deve acalmar as preocupações dos países doadores de que ele desviaria os recursos para os interesses agrícolas, o que levou a Alemanha e a Noruega a congelar a ajuda na floresta este ano. Enquanto isso, Macron e outros líderes mundiais devem estar dispostos a pagar mais –e a cuidar de que seu tom expresse preocupação, em vez de comando", avalia o Post.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.