Otimismo do mercado alavanca notícias positivas sobre o Brasil de Bolsonaro
Enquanto a imprensa estrangeira mais tradicional mantém uma posição muito crítica em relação às primeiras semanas do governo de Jair Bolsonaro –com preocupação e alertas em relação à democracia, a direitos de minorias, proteção ambiental e sobre mudanças na política externa do país–, o otimismo do mercado com possíveis reformas na economia brasileira alavanca notícias mais positivas sobre o país no resto do mundo –mesmo que também incluam menções aos problemas do novo governo.
"O Brasil tem o melhor mercado de ações do mundo agora", dizia o título de uma reportagem publicada na revista Forbes na semana passada. "Enquanto os tanques do Exército não entram em cena, como os opositores [de Bolsonaro] acreditavam até apenas quatro meses atrás, o Brasil está se encaminhando para ter o mercado com melhor resultado do primeiro trimestre, se não de toda a primeira metade de 2019", diz o texto.
"Com a saída de Temer e a aprovação inicial de Bolsonaro em 60%, o humor geral no Brasil não é exatamente de euforia, mas mais bem descrito como um misto de alívio e de esperar para ver", complementa.
"Investidores têm grande esperança no Brasil", diz o título de um texto publicado no site de economia Money Week.
Segundo a publicação, a proposta de liberalização da economia do novo governo é o que anima o mercado internacional. Ainda assim, a publicação alerta que há muitos desafios para a economia brasileira.
Com um tom um pouco mais sóbrio, o Financial Times alega que o modelo tradicional aplicado na economia brasileira, com grande presença do Estado, está sob ataque no país, o que empolga os investidores e impulsiona a Bolsa.
"O Brasil é conhecido por ter se tornado mais socialmente liberal nas últimas décadas, uma tendência que Bolsonaro, conhecido por comentários homofóbicos e ocasionalmente racistas e misóginos, disse que quer reverter. Mas, na economia, o Brasil tradicionalmente se inclinou para políticas de grande força do Estado, especialmente nos últimos 14 anos de governo do Partido dos Trabalhadores (PT)", explica.
A rede de economia CNBC também relata a empolgação internacional com a economia brasileira, mas indica que o novo governo terá um tempo limitado para entregar as reformas que o mercado espera.
A "janela" para levar adiante reformas como a da Previdência vai durar seis meses, diz a publicação.
Uma outra reportagem, da agência Bloomberg, também destaca a atenção em relação a reformas defendidas pelo mercado. Segundo a publicação, investidores estão atentos ao encaminhamento de promessas de maior abertura ao mercado: Reformas, privatizações, taxas de juros, o contexto global, preços de commodities e outras questões, diz, estão ajudando a percepção positiva da economia brasileira.
Apesar de todo o otimismo, entretanto, a agência Reuters diz que muitos no mercado internacional ainda assistem de fora ao início do novo governo, sem tanta confiança.
"Muitos investidores estrangeiros continuam relutantes em aumentar sua exposição à maior economia da América Latina depois de terem sido queimados pela volatilidade no passado, como ocorreu com um longo colapso do mercado a partir de 2011, após uma bolha movida a commodities. Eles estão procurando mais do que a retórica positiva do recém-eleito presidente Bolsonaro", diz.
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