Em editorial, New York Times critica início do governo de Jair Bolsonaro
"Um ano fatídico começou para o Brasil", diz um editorial publicado pelo jornal americano The New York Times nesta semana, em crítica ao início do governo de Jair Bolsonaro.
"Assim que Jair Bolsonaro foi empossado como presidente do Brasil, ele soltou uma série de decretos de extrema-direita, minando as proteções para o meio ambiente, os direitos das terras indígenas e da comunidade LGBT, colocando as organizações não-governamentais sob monitoramento do governo e purgando os contratados do governo que não compartilham sua ideologia", descreve o jornal
Segundo a publicação, "suas ações foram uma performance triste, mas não inesperada", já que estão alinhadas ao estilo e promessas de Bolsonaro –eleito por conta do colapso econômico, do aumento da violência e dos escândalos de corrupção no país, segundo a análise.
"Mas atacar as minorias e fazer promessas grandiosas não vai longe para compensar a falta de competência governamental ou um programa coerente. Na primeira semana da presidência de Bolsonaro, os mesmos investidores e oficiais militares que celebravam um presidente reacionário também viram motivos para preocupação", diz. "Bolsonaro está apenas começando. Enquanto ele ganha força, com a memória da ditadura militar ainda forte, muito dependerá da capacidade das instituições brasileiras de resistir ao seu ataque autocrático. Muito também dependerá da capacidade de Bolsonaro de realizar reformas econômicas extremamente necessárias", diz.
O editorial reflete a opinião do conselho editorial do jornal americano, que é considerado um dos mais importantes do mundo. O tom crítico se alinha ao ponto de vista já estabelecido pela publicação, que sempre adotou uma postura muito crítica em relação a Bolsonaro, desde antes da eleição.
Meses antes de o país ir às urnas, em abril do ano passado, o NYT publicou um editorial alegando que o tumulto político no país e a prisão do ex-presidente Lula deixavam a democracia brasileira em perigo. Mais tarde, em agosto, com a ascensão da candidatura de Bolsonaro, o jornal publicou um artigo de opinião em que dizia que o país parecia "flertar com o passado" com a liderança do capitão reformado nas pesquisas de intenção de voto. E, dias antes da eleição, um novo editorial já lidava com a ideia de que Bolsonaro venceria o pleito, e chamava a decisão de uma "triste escolha do Brasil", que criava riscos para a democracia.
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