Itamaraty terá de fazer diplomacia dentro e fora do Brasil, diz pesquisador
A indicação do diplomata Ernesto Henrique Araújo para ser o ministro das Relações Exteriores do governo de Jair Bolsonaro gerou uma série de reações negativas de analistas no Brasil e no mundo. As críticas de Araújo em relação ao chamado globalismo e o posicionamento dele sobre o aquecimento global criaram polêmica e deixaram ambientalistas preocupados. Segundo o pesquisador canadense Sean Burges, entretanto, a ideologia do novo chanceler vai ser menos importante para o próximo governo do que a manutenção da defesa dos interesses do Brasil no resto do mundo.
"O que ele acredita em relação ao aquecimento global não importa tanto em termos de decisão de política externa. As decisões vão ser tomadas levando em consideração a defesa dos interesses internacionais do país. Isso é o que vai pesar", comentou Burges em entrevista ao blog Brasilianismo.
Vice-diretor do Centro de Estudos Latino-Americanos da universidade Australian National, Burges atualmente trabalha como professor na Carleton University, no Canadá. Ele é autor do livro "Brazil in the World: The International Relations of a South American Giant" (Brasil no Mundo: As Relações Internacionais de um Gigante Sul-Americano), editado em inglês pela Manchester University Press.
Segundo o pesquisador, o Ministério das Relações Exteriores é muito forte em sua função de aconselhamento político, e o papel do chanceler muitas vezes é mais ligado à filtragem de informações passadas ao presidente.
"Bolsonaro é ignorante em relação a política externa. Essa não é uma observação pejorativa, mas uma constatação de que ele não entende do assunto. Ele não conhece política externa e precisa aprender. O papel de Araújo vai ser ensinar a Bolsonaro como as coisas funcionam, e o que ele pode falar ou não em termos de política externa", disse.
"É isso que o Itamaraty vai ter que fazer no próximo governo. Vai ter que fazer diplomacia na Esplanada, além de fazer diplomacia no resto do mundo. Vai ser importante explicar as vulnerabilidades e oportunidades dessa nova agenda liberal do Brasil."
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