Risco à democracia, Bolsonaro é grito de desespero, diz editorial do ‘NYT'
No primeiro editorial sobre o Brasil publicado desde a eleição de Jair Bolsonaro para a Presidência, o jornal americano "The New York Times" demonstra um certo alívio pela declaração do presidente eleito de que vai respeitar a Constituição e as regras democráticas do país, mas continua tratando-o como um risco para a democracia.
Segundo o jornal (que antes da eleição publicou editorial chamando Bolsonaro de "escolha triste" do Brasil), a escolha dele deve ser interpretada como um "grito de desespero" de um país mergulhado em problemas. O desgaste da população com escândalos de corrupção, crise econômica e aumento da violência levaram os brasileiros a repudiar a esquerda, o PT e outros partidos tradicionais e a ignorar outras considerações, "como a total falta de preparo de Bolsonaro".
"Bolsonaro representa um perigo para a democracia do Brasil. Como Trump, ele é uma força polarizadora –ele foi gravemente ferido por uma tentativa de assassinato durante a campanha e, mesmo antes da eleição, a mídia brasileira informou que a polícia estava organizando ataques a universidades, supostamente para impedir a campanha eleitoral. Espera-se que ele nomeie vários ex-generais para seu governo, um movimento preocupante em uma nação com uma história sombria de governo militar", analisa o conselho editorial do "NYT".
A análise do jornal classifica a decisão dos eleitores brasileiros como mais um país a entrar no que chama de "temporada global de política de extrema direita: um político marginal com discurso radical de promessa de ordem captura o clima de uma nação que anseia por mudanças, qualquer mudança, e a leva para o palácio presidencial".
Segundo o 'New York Times", "a questão é se as jovens instituições democráticas do Brasil podem resistir a um ataque de extrema direita" e se a oposição terá o "potencial de bloquear as iniciativas mais antidemocráticas de Bolsonaro".
"A esquerda do Brasil está gravemente ferida, (…) mas a oposição deveria reconhecer a eleição de Bolsonaro como um grito de desespero em vez de uma declaração de guerra, e passar a apoiar as medidas que tratam de problemas do país enquanto bloqueia as que põem em perigo a democracia."
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