Entre Bolsonaro e o PT, democracia brasileira é quem perde, diz 'Economist'
A edição mais recente da revista "The Economist" traz uma reportagem que se debruça sobre a polêmica jurídica em torno da prisão ou soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em uma análise que soa como crítica tanto a campanha do PT, a Jair Bolsonaro e à politização da Justiça do país, a revista indica que quem mais está perdendo no processo são as "frágeis instituições da democracia do Brasil".
Segundo a revista, até a confusão jurídica gerada pela decisão sobre soltar Lula ou não, as chances de candidatura do ex-presidente estavam se reduzindo.
A polêmica acabou reforçando a campanha do PT e criando uma preocupação crescente "de que o Judiciário está se tornando outro fórum de política partidária", diz.
"Mesmo que Lula não seja candidato, o PT está contando com esses argumentos para reforçar seu apoio. Se um número suficiente de eleitores acreditar que Lula foi injustiçado, é mais provável que eles apoiem com quem quer que ele indique. Em uma disputa entre o autoritário Bolsonaro e um candidato do PT sustentado pela indignação com os esforços anticorrupção, as frágeis instituições democráticas do Brasil seriam o único perdedor."
O comentário da revista ecoa em parte as análises do colunista Mac Margolis, da agência de economia Bloomberg e de Kenneth Rapoza, da revista "Forbes". As três análises podem ser interpretadas como um alinhamento do posicionamento do mercado internacional a respeito do que vem acontecendo na política do país, visto que se tratam de três das principais publicações de fora do país voltadas a investidores estrangeiros.
Em análise recente, Margolis argumentou que a democracia brasileira, a confiança da sociedade nas instituições políticas e mesmo o crescimento econômico do país estão sendo afetados por uma "incontinência jurídica". Segundo ele, a inconsistência das decisões da Justiça brasileira faz com que o processo democrático esteja refém de incertezas.
O repórter da "Forbes", por outro lado, direcionou a crítica à campanha pela liberdade de Lula. Segundo ele, "Lula não é um preso político", e a campanha para convencer observadores externos de que Lula é perseguido politicamente vai continuar até a eleição e vai ter um impacto negativo para a reputação das instituições brasileiras.
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