Revista de diplomacia alerta sobre risco de usar polícia contra 'fake news'
A estratégia brasileira de empregar a Polícia Federal na luta contra a divulgação de notícias falsas na época da eleição pode se tornar um problema para o país. Segundo a avaliação publicada na revista de relações internacionais "Charged Affairs", há sérios riscos associados com a medida.
"Essa postura agressiva adotada pelo governo do Brasil para lidar com notícias falsas merece um escrutínio sério. (…) decidir o que é "fake news" – e quem decide isso – é "extremamente espinhoso". Para o governo (via sua força policial militarizada) estar em uma posição em que pode decidir o que é verdade e o que é falso – e, portanto, punível – é simplesmente perigoso", diz a revista.
Segundo o artigo, a divulgação de notícias falsas no Brasil ganha força por conta da polarização política, mas esta posição de usar a polícia pode ajudar o governo a censurar reportagens que denunciem corrupção, ou podem levar a punição blogueiros amadores sem experiência com o jornalismo.
A preocupação do Brasil com notícias falsas em um ano de importante eleição presidencial tem ganhado atenção na mídia internacional. Em janeiro, o site "Vice" publicou uma longa reportagem analisando o quanto o WhatsApp se tornou o maior problema na divulgação de mentiras no país.
Para a "Charged Affairs", não há uma solução simples para o problema das "fake news". "Gigantes da tecnologia como Facebook e Google devem fazer parte do diálogo para determinar uma solução, assim como acadêmicos, organizações de notícias e a sociedade civil", diz.
Parte da solução, defende o artigo, está nas mãos dos cidadãos. "Notícias falsas podem ser um novo rótulo – e, de fato, podemos estar vendo novas repercussões nos processos democráticos -, mas escândalos sensacionalistas e falsas conspirações existem há muito tempo. Em última análise, a solução para notícias falsas terá de ser em parte impulsionada pela demanda: nós, como consumidores de notícias e cidadãos em uma democracia, devemos nos apropriar do que lemos, clicamos e compartilhamos."
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