Mídia estrangeira assiste a nova condenação de Lula de olho nas eleições
Depois de um dia de cobertura tímida sobre o que acontecia durante o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no TRF-4, a imprensa internacional reagiu rapidamente ao resultado que confirmou de forma unânime sua condenação. Com noticiário rápido e algumas análises prévias, é possível perceber que o mundo prestou atenção ao julgamento já de olho nos efeitos dele sobre a eleição presidencial de outubro.
"O Brasil precisa deixar Lula para trás", diz o título de um editorial publicado pela agência de economia Bloomberg, o primeiro grande veículo a publicar uma opinião oficial sobre o julgamento.
Segundo os editores da agência, o "drama jurídico" envolvendo o ex-presidente está ofuscando a necessidade do Brasil de focar em problemas reais para estabilizar a política e a economia do país.
A condenação, diz, "pode ser uma marca na luta do país contra a corrupção. Infelizmente, não vai fazer muito para melhorar a situação política e econômica do Brasil."
"Em meio à incerteza sobre o futuro [de Lula], os eleitores estão amargamente divididos. E tudo o que os une é a decepção econômica e o desencanto político", diz a Bloomberg.
O jornal conservador americano "Washington Examiner" também publicou rapidamente um editorial sobre o julgamento, defendendo a condenação de Lula.
"Se você se importa com a democracia e a justiça, então você deveria comemorar o que três juízes brasileiros fizeram", diz, explicando que Lula não poderá ser candidato à Presidência.
Segundo o jornal francês "Le Monde", a decisão do TRF-4 comprometeu o futuro político da "figura mítica da política brasileira", ao afetar seriamente as chances de Lula se candidatar à Presidência.
A rádio pública dos EUA, NPR, destacou em sua cobertura que Lula deve ficar inelegível, mas ressaltou que ele ainda terá oportunidade de apelar a uma corte superior.
De olho nos mercados internacionais, o site da "Forbes" publicou uma reportagem indicando que a condenação e a perspectiva de um novo apelo de Lula mostram aos investidores que todo o processo eleitoral brasileiro vai ser complicado, criando incertezas que não são bem-vindas.
A eleição de outubro também foi um dos destaques da reportagem publicada pelo jornal britânico "The Guardian".
A decisão, diz, "complica os planos dele de disputar um terceiro mandato, e marca uma mudança extraordinária no destino de um dos políticos mais populares na história moderna do Brasil".
Essa história "extraordinária" foi o foco na reportagem do jornal americano "Los Angeles Times", que lembrou que Lula já foi "o político mais popular da Terra". "A condenação de Lula foi mais uma virada em uma carreira longa e complicada", diz.
Ao longo dos próximos dias, vai ser importante ver como vão reagir mercados, governos, políticos e analistas internacionais sobre a confirmação da condenação do ex-presidente e os efeitos dela na eleição presidencial.
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