Silêncio da mídia estrangeira sobre Aécio evidencia cansaço com a crise
Nenhum dos grandes veículos da imprensa internacional deu muita atenção à decisão do Senado brasileiro de revogar o afastamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG).
Uma reportagem curta e um tanto relatorial da agência de notícias Associated Press é a única referência que se pode encontrar, em inglês, sobre o caso na internet um dia depois da votação.
Na véspera, quase ninguém fora do Brasil tratou da outra grande notícia da política do país: a carta aberta do presidente Michel Temer, denunciando uma suposta conspiração contra ele.
Em uma semana em que a Câmara deve tomar uma nova decisão sobre a investigação a respeito do presidente, as notícias sobre o senador e a carta se perderam em meio ao aparente cansaço do resto do mundo em relação às reviravoltas da política brasileira.
Enquanto as discussões sobre políticos ficam um pouco de lado, o "Guardian" deu espaço à decisão do governo Temer a respeito do trabalho escravo, criticando a medida. Segundo entrevistados pelo jornal, vai ficar mais difícil o Brasil combater a escravidão no país.
A série de acontecimentos mais recentes só reforça a percepção externa de que a política brasileira chegou a um estágio disfuncional, e o foco agora é esperar o que vai acontecer nas eleições presidenciais do próximo ano.
A votação do próximo ano e a ameaça de candidatos populistas e com flertes com o autoritarismo, sim, já têm recebido bastante atenção no resto do mundo.
Isso indica que a imprensa estrangeira vai acompanhar de perto a eleição, tratando em detalhes dos candidatos e das propostas para tentar "recomeçar" questões-chave da política brasileira a partir dela. Mas, por enquanto, não fica tão atenta a casos que parecem "repetitivos".
E, quanto a Aécio, a referência mais recente de um tratamento com alguma relevância a seu respeito na imprensa internacional apareceu em setembro, quando a revista de economia "Forbes" avaliava o cenário para a eleição de 2018.
"Aécio Neves, o candidato social-democrata que perdeu para Dilma na sua reeleição, é rejeitado por 89% do eleitorado e não tem absolutamente nenhuma chance de ser eleito presidente", dizia.
Está aí mais uma evidência de que o resto do mundo não vê a decisão do Senado como uma novidade tão grande, ou um personagem relevante da política brasileira atual.
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