Para cientista política, crise no Brasil se parece com a da Venezuela
As imagens de caos em protestos quase diários e a convocação de uma Assembleia Constituinte na Venezuela podem dar a impressão de que o país vive uma situação muito diferente da aparente apatia dos brasileiros diante da sua própria crise. Mas, na opinião da professora de política e relações internacionais da Universidade de Aberdeen, na Escócia, Andrea Oelsner, os dois países vivem situações mais parecidas do que se pensa.
"Por mais diferentes que essas duas crises monumentais possam parecer, elas realmente têm muito em comum, e as semelhanças nos dizem uma ou duas coisas sobre o estado da democracia e da política na América Latina em geral", diz Oelsner, em artigo publicado no site "The Conversation".
Para ela, 30 anos depois do fim das várias ditaduras da América do Sul, a região ainda está lutando para consolidar suas instituições democráticas.
"O Brasil e a Venezuela estão lidando com as consequências da corrupção política maciça e, com isso, as promessas não entregues pela democracia. Ambos sofrem não apenas de funcionários corruptos individuais, nem mesmo de governos corruptos, mas corrupção estrutural permeando seus sistemas políticos de cima para baixo."
A professora reconhece que a situação da Venezuela é muito mais grave, com mais de cem mortos em protestos muito violentos, mas alega que os dois governos empregaram os militares para tentar conter manifestantes de oposição.
Ela ressalta ainda que, apesar da situação complicada, há sinais de que a era da impunidade pode chegar ao fim. "Tanto o judiciário brasileiro quanto o venezuelano estão tomando medidas críticas para controlar pelo menos alguns dos excessos de seus governos."
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