Para pesquisador, ex-embaixador pode ajudar o Brasil na relação com Trump
Em reportagem publicada na "Folha", o pesquisador canadense Sean Burges explica que a presença do diplomata Thomas Shannon no governo Trump pode ajudar o Brasil.
Vice-diretor do Centro de Estudos Latino-Americanos da universidade Australian National e pesquisador sênior do Council on Hemispheric Affairs, Burges acaba de lançar o livro "Brazil in the World: The International Relations of a South American Giant" ("Brasil no Mundo: As Relações Internacionais de um Gigante Sul-Americano), editado em inglês pela Manchester University Press, em que aborda o "jeito brasileiro" de fazer diplomacia.
Segundo ele, a presença de Shannon no Departamento de Estado vai ajudar a superar um dos principais desafios da relação bilateral entre Brasil e EUA: o desconhecimento dos americanos em relação ao Brasil.
"O que atrapalha o desenvolvimento de políticas e iniciativas que são do interesse dos dois países é uma falta de conhecimento sobre o Brasil em Washington e um justificado legado de desconfiança do Brasil em relação aos EUA", disse. Shannon, "conhece o Brasil e fala a língua das pessoas que estão em torno de Trump, o que pode ajudar".
Shannon chegou a atuar como interino no cargo de secretário de Estado no início do novo governo dos EUA. Ex-embaixador em Brasília, ele é subsecretário de Estado para Assuntos Políticos —principal posto ocupado por diplomatas— e deve ter um papel central nas relações exteriores dos EUA no governo Trump
"Por mais que Trump esteja mudando a diplomacia americana, Shannon ainda está lá. Ele tem um senso muito claro do que pode ser feito e do que não pode ser feito, conhece o jogo e sabe falar a língua de Trump", explicou Burges.
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