Geração dos descontentes reduz poder de políticos tradicionais, diz revista
Desde 2013 o Brasil vive um período conturbado em sua política e economia, diz uma reportagem publicada pela revista norte-americana de diplomacia "Foreign Affairs".
O país tem uma geração de descontentes, uma população que sente que o governo do país fracassou em sua função de oferecer serviços públicos básicos, explica o texto, em referência a protestos que tomam conta do país nos últimos anos.
"Em vez de dialogar com os manifestantes, o governo brasileiro respondeu mais com prisões, gás lacrimogêneo e balas de borracha", diz.
Segundo a reportagem, este descontentamento generalizado e a batalha eleitoral de 2014 dividiram o país, criando grupos mais à direita e mais à esquerda, com fortalecimento de posições radicais — com efeitos sobre a eleição municipal deste ano.
"Campanhas contra o establishment, tanto à esquerda quanto à direita, afrouxaram mais do que nunca o controle de partidos tradicionais sobre a narrativa política do Brasil", explica.
A revista alega que os eleitores brasileiros romperam com o status quo tanto em sua escolha de candidatos quanto na forma como escolheram os representantes políticos, abraçando campanhas por temas específicos, e não as campanhas partidárias tradicionais.
Apesar da desilusão com a política tradicional, a reportagem alega que há um forte envolvimento dos brasileiros com temas políticos, com a busca por informações sobre decisões tomadas pelo Planalto, pelo Congresso e até mesmo pelo Supremo Tribunal Federal. Isso pode ter um efeito positivo no longo prazo, indica.
Revista respeitada em sua abordagem de temas de política internacional, a "Foreign Affairs" tem publicado textos muito críticos à situação do Brasil.
Em setembro, um artigo tratou das ineficiências da política nacional e apontou à sua disfuncionalidade, tema frequente em análises estrangeiras – referência a graves falhas em todo o sistema que rege os governos do país.
Antes disso, em janeiro, dizia que as crises no país erodia a força da política externa brasileira. Nos últimos anos, a política externa do Brasil "fracassou", e agora o país assiste ao fim das suas ambições regionais.
Depois de se consolidar como um país emergente com perspectiva de se tornar uma potência global, no início do século XXI, o Brasil agora assiste ao encolhimento da sua influência no resto do mundo, argumentava.
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