Mídia estrangeira critica mídia estrangeira por 'histeria' nos Jogos do Rio
O exemplo da Copa do Mundo de 2014 parece começar a se repetir na Olimpíada. Depois de uma avalanche de reportagens prévias que criticavam a organização do evento global e o nível de preparação da sede dos Jogos, o tom da imprensa estrangeira começou a ser aliviado após o início das competições, mostrando uma imagem mais positiva do país.
Uma das melhores evidências disso é uma reportagem publicada pelo jornal americano "Chicago Tribune", que acusa a mídia internacional de "histeria" em relação à segurança do Rio de Janeiro.
"A manchete do 'Telegraph', uma publicação britânica, reflete isso: 'Por que a Olimpíada do Rio pode ser a competição mais marcada pelo crime'. O mais impressionante é que a reportagem foi publicada na quinta-feira, antes que milhares de atletas conseguissem desfilar durante a cerimônia de abertura sem serem roubados. Reportagens assim deram o tom da narrativa. Elas assustaram os torcedores que viajariam ao Rio e levaram a competições em estádios vazios. É o pior da histeria da mídia", explica a reportagem.
Realmente, o foco nos riscos à segurança de atletas e turistas foi um dos principais destaques na imprensa do resto do mundo nas semanas que antecederam os Jogos, mas a atenção se dispersou desde o início da competição.
Já no Rio, o repórter Teddy Greenstein ouviu atletas que já competiram antes no Brasil e que explicam a situação da violência de forma mais clara: "Cidades grandes são perigosas quando se vai aos lugares errados", disse o americano Casey Patterson.
"Enquanto caminhava procurando um táxi [na madrugada de sábado para domingo], Copacabana tinha uma clima como o do Upper East Side em Manhattan. Não é o lugar mais seguro do mundo, mas está longe de ser ameaçador", complementa.
"Sim, há crime no Rio. Esta é uma cidade com 6,3 milhões de pessoas onde, infelizmente, há alto desemprego e pobreza extrema", diz. "Mas já deu de reportagens apelativas que pintam este lugar como uma espécie de apocalipse urbano."
Mais uma vez a exemplo do que ocorreu na Copa, é possível que o balanço total do tom de reportagens sobre o Rio continue negativo mesmo que a tendência se mantenha. Como a maior parte da cobertura sobre a cidade-sede é divulgada antes dos Jogos, uma análise do período todo pode deixar uma sensação geral negativa, mesmo considerando a virada do tom durante o evento. Ainda assim, é interessante que a postura geral da opinião internacional deixe o Rio com uma impressão mais positiva do que chegou à cidade… Contanto que a tendência se mantenha até o fim da Olimpíada.
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