Crises sob Temer fazem imprensa internacional ver chances de volta de Dilma
Nem tudo está perdido para a presidente afastada, Dilma Rousseff, no processo de impeachment. A julgar pela cobertura que a imprensa internacional está fazendo da situação política do Brasil, e dos escândalos que atingem o governo interino de Michel Temer, há chances de ela voltar ao poder após a votação final do caso no Senado.
"Menos de um mês após a presidente Dilma Rousseff ter sido afastada por uma votação no Senado, uma série de choques políticos levantou a possibilidade, antes improvável, de ela retornar ao poder", diz uma reportagem da revista norte-americana "Time".
A publicação destaca o fato de que o novo governo está sob pressão de denúncias de corrupção e de tentativas de atrapalhar a investigação da Operação Lava jato, e que já teve que trocar ministros. Isso tudo, diz, "leva à sugestão de que Dilma ainda pode sobreviver ao voto final do Senado sobre o impeachment".
A tese da "Time" é semelhante à de uma reportagem do jornal francês "Le Monde". Diante da falta de credibilidade do governo Temer e do caos político, "Dilma, que até ontem era considerada politicamente morta, vê crescerem as chances de retomar seu mandato", diz.
A possibilidade de Dilma voltar ao poder também teve destaque na reportagem do "New York Times" sobre sua vida fora da Presidência. Segundo o jornal, Dilma e seus aliados "esperam que os ataques à legitimidade de Temer possam virar a votação do impeachment a seu favor. Ela ressaltou que tudo de que precisa é que alguns senadores mudem seus votos a seu favor para que ela seja recolocada na Presidência", diz.
A rede de TV árabe Al Jazeera também entrevistou Dilma nesta semana, e tratou da votação decisiva sobre o impeachment.
"Dilma me disse que acha que ainda pode conseguir vencer o impeachment convencendo seis senadores a mudarem de ideia e votarem contra sua saída do poder, especialmente por conta da infinidade de escândalos de corrupção no governo interino", diz a publicação.
A Al Jazeera foi um dos veículos internacionais que criticaram fortemente o processo de impeachment de Dilma, mas a reportagem recente ressaltou, entretanto, a postura de Dilma, que não admite os erros que levaram à crise econômica e política no país.
"A pergunta é: Dilma pode realmente convencer o Senado e os brasileiros a lhe darem uma nova chance? Ela vai pedir desculpas ao povo brasileiro, como alguns sugerem que ela deveria fazer?"
Uma outra análise sobre o tema, na revista "Americas Quarterly", abre com o indicativo da situação atual em relação à volta da presidente afastada: "Não é impossível".
"O caminho de Dilma de volta à Presidência está se abrindo em meio a uma série de escândalos em torno do governo interino", diz a publicação.
A revista admite, entretanto, que ainda não é algo provável. "O caminho é tão estreito que muitos veem uma chance maior de o Brasil se converter em um parlamentarismo ao estilo francês, com um primeiro-ministro indicado", explica, alegando que as chances dela, mesmo que tenham crescido, não passam de 10%.
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