Crise não afeta 'marca' do Brasil, que sobe em ranking de imagens globais
Em meio a graves crises econômica e política, com perda de grau de investimento e ameaça constante de impeachment, o Brasil subiu uma posição no ranking global de imagens de nações, e agora é o 20º país mais admirado do mundo.
O dado faz parte do Anholt-GfK Nation Brands Index (NBI), a maior pesquisa global sobre a forma como o mundo vê cada país, e foi divulgado na terça-feira (17), em Londres. Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, França e Canadá aparecem no topo da lista dos países mais admirados, enquanto o Brasil tem a imagem mais forte entre os países em desenvolvimento e entre os que formam os BRIC.
A mudança pode ser interpretada sem euforia, já que há muitos anos o Brasil costuma oscilar entre a 20ª e a 22ª posição no ranking global de 50 países. Além disso, a melhora na avaliação vem depois de o Brasil cair para 21º justamente no ano em que recebeu a Copa do Mundo, que poderia ajudar a dar mais visibilidade ao país.
O levantamento confirma, entretanto, uma tendência positiva para a marca-Brasil. O ganho de uma posição mostra que as crises internas do Brasil não afetam a reputação do país no resto do mundo.
Segundo o estudo, a Copa do Mundo teve um duplo efeito na imagem do Brasil. Por um lado, a realização bem-sucedida do evento ajudou a melhorar aspectos da reputação do país ligados a seu povo e sua cultura, mas por outro lado, enfraqueceu a imagem em temas ligados a política e economia, já que a imprensa internacional deu muita atenção a notícias relacionadas a problemas nessa área.
Assim, é possível dizer que a Copa do Mundo reforçou um estereótipo de Brasil como país "mais decorativo de que útil", como avalia Simon Anholt, criador do índice. O consultor já se debruçou de forma mais atenta sobre o caso do Brasil. Ele vê o país como um exemplo de nações "decorativas, mas pouco úteis". Isso porque o Brasil é visto como um "país de festa" e tem uma boa imagem em questões relacionadas a lazer e diversão, mas uma reputação fraca em assuntos sérios como política e economia.
Em entrevista ao blog Brasilianismo, em março, Anholt explicou que as imagens internacionais dos países não costumam sofrer mudanças radicais, e disse que os estereótipos têm grande potencial de se manter fortes na forma como o resto do mundo interpreta as outras nações.
A pesquisa deste ano diz ainda que é preciso promover ainda mais o turismo brasileiro a fim de explorar a possibilidade de melhora da imagem com a Olimpíada no próximo ano.
Principal pesquisa sobre marcas-país, o NBI avalia a imagem internacional de 50 países. O estudo realiza 20.342 entrevistas para entender o que o que o público internacional pensa sobre esses paíeses em termos de economia, política, cultura, população, turismo e potencial de imigração e investimento.
Uma semana antes da divulgação do NBI, um outro índice sobre imagem do Brasil mostrava que "crises internas não são exportadas". Segundo o Latin American Country Brand Report, relatório da Future Brand, o Brasil continua liderando o ranking de marca-país mais fortes da América Latina.
A avaliação considera que, mesmo com as atuais crises econômica e política, e depois de uma série de notícias negativas sobre violência, a imagem do Brasil ainda é a mais valiosa da região, com uma imagem ainda fortemente marcada por estereótipos como futebol, samba, praia e café.
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