Comparar possível impeachment de Dilma a golpe é falso, diz 'Economist'
Dizer que um eventual impeachment da presidente Rousseff seria equivalente a um golpe de Estado é uma falsidade, segundo uma análise publicada nesta semana pela revista "The Economist".
"No mínimo, seria o reconhecimento de que ela ganhou seu segundo mandato com a falsa promessa de continuar com seus gastos sociais", diz a revista, que avalia a situação econômica e política do país.
A opinião se alinha a uma perceptível mudança de tom na imprensa internacional. Depois de passar meses criticando qualquer menção à ideia de interrupção do governo Dilma, nas últimas semanas a mídia do resto do mundo publicou análises em que avaliam que o impeachment é uma possibilidade real.
Os jornais estrangeiros, entretanto, evitam apoiar abertamente o impeachment sem que haja provas de crimes da presidente. E a "Economist" faz o mesmo nesta semana: "A não ser que haja claras evidências de transgressão, o impeachment seria profundamente divisivo", explica.
A edição da revista avalia o caos econômico e político que se instaurou no país desde o princípio do ano. Apesar de aprovar a mudança de política econômica do segundo mandato de Dilma, a "Economist" ressalta que o governo nunca deu ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, a liberdade que ele gostaria de ter para equalizar as contas públicas e lutar contra a recessão.
Segundo a análise, as crises na política e na economia alimentam uma à outra, sem permitir uma saída clara para a situação atual. "Em vez de resolver a questão econômica, a prioridade de Dilma se tornou a sobrevivência", diz.
É importante destacar que a "Economist", uma das mais influentes publicações do mundo, tem a tendência histórica de alternar momentos de expectativa com críticas sempre que o modelo da política econômica do governo brasileiro se aproxima ou se afasta dos ideais "pró-mercado", segundo a pesquisa de doutorado da socióloga Camila Maria Risso Sales.
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