Mark Weisbrot: Política de Temer pode aumentar crise e criar década perdida
A política de austeridade proposta pelo governo interino de Michel Temer pode empurrar o Brasil para um longo período de declínio econômico, segundo o codiretor do Centro de Pesquisa Econômica e Política, em Washington (EUA), Mark Weisbrot.
Em artigo publicado no site norte-americano "The Hill", Weisbrot atacou a mudança política imposta por Temer desde o afastamento de Dilma Rousseff durante o processo de impeachment, e disse que as medidas tomadas agora, em vez de ajudarem na recuperação, podem atrapalhar o retorno do Brasil ao crescimento.
"O governo interino está aumentando a aposta na austeridade, e gerou toda a confiança de uma grande república de bananas nos investidores. Se o Senado votar pela remoção da presidente eleita, eles podem gerar um longo período de declínio econômico, comparável às décadas perdidas de 1980 e 1990", argumentou.
Weisbrot é também presidente da Just Foreign Policy, organização norte-americana especializada em política externa. Para ele, Temer lidera um governo que não tem legitimidade no Brasil nem no resto do mundo, e tem enfrentado uma série de escândalos de corrupção.
"Ironicamente, este governo anunciou a intenção de recuperar a 'confiança', especialmente de investidores internacionais. Mas o oposto aconteceu: A recessão está se aprofundando, o governo esta mais mergulhado em escândalos e a sua reputação internacional está caindo de um penhasco", disse.
Weisbrot é um dos principais críticos no exterior do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff – que disse considerar um golpe de Estado.
"A campanha do impeachment, que o governo descreveu corretamente como golpe, é um esforço da elite brasileira tradicional para obter por outros meios aquilo que não conseguiu conquistar nas urnas nos últimos anos", escreveu em um artigo publicado na "Folha de S.Paulo", em abril.
Em sua avaliação, o governo do PT está sendo punido por conta da crise econômica.
Antes disso, ele já havia argumentado no próprio "The Hill" que apesar de não terem envolvimento direto com o processo, os EUA são favoráveis à troca de governo no Brasil.
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