Queda de Dilma não vai trazer recuperação rápida, diz 'Financial Times'
O pedido de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez o mercado financeiro reagir positivamente na semana passada, com valorização da Bolsa e queda do dólar. Dias depois, a decisão de transformar Lula em ministro criou uma movimentação oposta, com forte queda da Bolsa e piora do câmbio. Segundo analistas, esse movimento reflete o fato de que o mercado internacional já trabalha com a ideia de mudanças no governo para trazer qualquer tipo de estabilidade à economia brasileira. Mas isso pode ser um erro, segundo uma reportagem publicada pelo jornal "Financial Times".
Para o "FT", achar que o Brasil vai se recuperar com a queda de Dilma é um equívoco. Essa recuperação está distante, e o país ainda vai enfrentar muita instabilidade política, e ficar com a economia travada por pelo menos dois anos.
"Mesmo que o governo caia rapidamente e novas eleições sejam convocadas, não há garantias de que os brasileiros elegeriam partidos que foram ineficientes na oposição e cujas políticas, caso levem adiante as reformas na generosidade desastrosa do setor público, afetariam os eleitores que já estão enfrentando a pior crise econômica já registrada."
O jornal ecoa uma análise publicada pelo Council of Foreign Relations que dizia que a instabilidade do Brasil vai muito além do impeachment. Ele leva em consideração também a avaliação da consultoria de risco político Eurasia, que acredita que o governo Dilma deve chegar ao fim até maio deste ano. "Mesmo que Dilma saia rapidamente, a incerteza vai prevalecer. isso acontece por que as investigações da Operação Lava Jato vão paralisar a política brasileira."
Qualquer que seja o encaminhamento da política, diz, o país ainda vai enfrentar muitos problemas. "Se Dilma sofrer impeachment, o processo vai levar pelo menos seis meses, provavelmente até mais. Ela vai ser substituída por Michel Temer, seu vice-presidente, um líder no mal definido PMDB, uma aglomeração de interesses regionais e setoriais. O melhor que se pode esperar de um governo Temer é que ele não piore a situação atual."
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