Al Jazeera denuncia existência de trabalho escravo no Brasil
A rede de notícias Al Jazeera tem dedicado bastante atenção a questões relacionadas a direitos humanos no Brasil. Depois de publicar uma reportagem sobre a situação calamitosa em presídios brasileiros, por exemplo, o grupo árabe (através do seu escritório norte-americano) completou no fim de semana uma série de três longas reportagens denunciando a existência de escravidão no Brasil.
A reportagem mais recente visitou a Mina do Pico (MG), local que diz estar no centro da batalha a respeito de escravidão moderna no país, e denuncia interesses de grandes empresários na manutenção da exploração.
"As alegações surgem enquanto políticos brasileiros debatem proteções contra a escravidão moderna, para a qual há uma definição vaga, que inclui condições degradantes e trabalho em excesso, mesmo que os trabalhadores não sejam mantidos presos. O programa de inspeção do trabalho resgatou dezenas de milhares da escravidão desde 1995", diz.
A Al Jazeera denuncia que muitas empresas de grande porte têm interesse na manutenção do trabalho sem regulamentação, e que elas ajudam a financiar muitos oplíticos que estão envolvidos no atual debate sobre o tema.
Aprofundada e ilustrada por excelentes fotografias, a reportagem alega que o Brasil já avançou bastante, mas que ainda enfrenta sérios problemas relacionados ao trabalho escravo. "Além de políticos ligados à escravidão, a mudança de configuração do Congresso não apenas ameaça os direitos dos trabalhadores, mas também direitos indígenas e a luta contra o desmatamento da Amazônia", diz a publicação.
Antes da reportagem em MG, a série de trabalhos da Al Jazeera sobre escravidão no Brasil tratou do caso de Elenilson da Conceição, que trabalhou como escravo no Pará, mas que acabou libertado.
O segundo texto da série abordou a luta de ex-escravos por direitos na Justiça brasileira. "Essa história ilustra a fraqueza do sistema brasileiro. O dono fugiu, deixando os trabalhadores sem compensação. E há pouco que se possa fazer para evitar que os escravos libertados sejam explorados novamente, mesmo depois de serem resgatados", diz.
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