Bolsonaro cita aumento da confiança no Brasil, mas mundo mostra ceticismo
O presidente Jair Bolsonaro declarou que seu discurso na Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro, foi responsável por recuperar a "confiança do mundo no Brasil". O otimismo do presidente pode ser considerado exagerado, entretanto, parte de uma retórica que não ajuda tanto assim a economia do país.
Por um lado, é evidente que analistas estrangeiros ainda são muito críticos à situação da política brasileira, e desconfiam da saúde da democracia do país —chegando a falar até mesmo em "guerra cultural".
E mesmo na economia, com o risco país em baixa, falar em "confiança do mundo" soa forçado.
Ao contrário do que o presidente alega, analistas internacionais dizem que a economia brasileira está indo bem "apesar" da atuação dele. Segundo um balanço do primeiro ano de Bolsonaro no poder publicado pela revista The Economist, Bolsonaro só piorou a imagem do país. Para piorar, as declarações do presidente alimenta dúvidas no resto do mundo sobre a recuperação da economia brasileira.
A julgar pelo comportamento do mercado internacional, percebe-se que ainda há muita desconfiança dos investidores estrangeiros em relação a uma aguardada retomada da economia brasileira. Tanto que muitos deixaram de apostar no país no ano passado.
Por mais que exista um certo otimismo em relação ao futuro por conta das reformas econômicas, os investidores estrangeiros mantêm um pé atrás, como revelou em dezembro uma reportagem publicada pelo jornal de economia Financial Times.
"Enquanto os locais parecem manter a sua fé no programa econômico liberal do governo, estrangeiros estão mais céticos", explicava o FT. A publicação dizia até mesmo que há uma frustração no resto do mundo por conta da redução do ritmo de reformas na economia que era esperado após a aprovação das mudanças na Previdência.
Segundo o jornal, os investidores aguardam sinais claros da economia brasileira que sejam mais do que a retórica do presidente. Bolsonaro pode até falar que o mundo está mais confiante, mas isso parece fazer parte dessa mesma retórica que o Financial Times diz não ser suficiente para atrair investidores.
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