Censura a Porta dos Fundos expõe ao mundo a 'guerra cultural' no Brasil
A censura imposta por um desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro ao especial de Natal do grupo Porta dos Fundos ganhou grande repercussão no resto do mundo. Internacionalmente, a visibilidade do caso expõe o Brasil como um país em que há crescente pressão política por censura a produções culturais. O caso vem sendo tratado como exemplo da "guerra cultural" vivida no Brasil desde a eleição de Jair Bolsonaro para a Presidência.
"Um juiz no Brasil decidiu nesta semana que a Netflix deve tirar do ar um curta-metragem que descreve Jesus como um homem gay, argumentando que isso pode causar 'danos irreparáveis' aos cristãos do país", diz uma reportagem publicada pelo jornal americano The New York Times.
"A decisão do juiz colocou o filme no centro de um debate mais amplo sobre a censura no Brasil. É o mais recente ponto de inflamação nas guerras culturais do país, que se tornaram cada vez mais amargas desde a eleição do presidente de extrema direita Jair Bolsonaro em 2018", complementa o NYT.
A ideia de "guerra cultural" ganhou destaque no resto do mundo especialmente durante o carnaval de 2019, quando Bolsonaro atacou a festa popular após ser ridicularizado pelo país.
A revista de cultura e cinema Variety destacou que a decisão sobre o Porta dos Fundos indica que no Brasil a liberdade de expressão "não é absoluta".
Segundo reportagem da agência Associated Press publicada por veículos como a revista Time, a decisão sobre o Porta dos Fundos "chega no momento em que alguns grupos civis dizem que o presidente brasileiro de extrema-direita, Jair Bolsonaro, está travando uma 'guerra cultural', cortando fundos para projetos de artes que desafiam os 'valores cristãos' e investindo contra celebrações extravagantes de carnaval".
A polêmica em torno do especial de natal do Porta dos Fundos deu uma grande visibilidade internacional ao grupo brasileiro de humor. Desde que o quadro retratando Jesus como homossexual foi disponibilizado, dezenas de reportagens foram publicadas no exterior sobre a produção, sobre os protestos contra o grupo, sobre o ataque terrorista à sede da produtora e agora sobre a censura ao episódio.
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