Análise do Monde ataca Bolsonaro, mas diz que ele pode ter 'reinado' longo
Às vésperas do primeiro aniversário do governo de Jair Bolsonaro, o jornal francês Le Monde publicou uma análise crítica sobre o impacto do presidente na política brasileira. Segundo a avaliação do correspondente da publicação no Brasil, Bolsonaro é um líder problemático para o país, e representa o lado obscuro da nação, mas não deve ser visto como um acidente na história do Brasil, e pode ter um "reinado" longo.
"Seria errado ver o presidente brasileiro apenas como o produto de uma febre tropical passageira. Seria subestimar o personagem e o que ele representa", diz o texto.
Segundo a análise, o primeiro ano de Bolsonaro no poder mostrou um líder combativo contra o "sistema" político de modo mais radical do que qualquer outro no mundo.
"Mentiras em série, comentários racistas e homofóbicos, piadas escatológicas e misóginas, delírios conspiratórios, defesa da tortura e da ditadura, insultos a líderes estrangeiros… O suficiente para fazer Trump e Salvini parecerem cavalheiros corteses ou social-democratas gentis", diz.
Apesar do tom crítico –presente em quase toda a cobertura que o Monde faz de Bolsonaro desde antes da sua vitória na eleição–, o jornal aponta que o presidente tem conseguido se consolidar no poder e não vai ser um governante passageiro rapidamente esquecido. Até mesmo porque a política do Brasil não parece oferecer alternativas sérias a ele, explica.
"Bolsonaro não é um presidente padrão, muito menos um clandestino no poder", diz.
"Neste baile de máscaras do Brasil, onde tudo é dito, mas onde tudo permanece oculto, 'Bolso', o palhaço, triunfa como grotesco rei do carnaval. À sua maneira, confuso e ultrajante, esse presidente incorpora as profundas contradições de seu país e sabe como ninguém se alimentar de suas falhas. Ele é tudo menos um acidente na história. Com ou sem cansaço, destituído ou não, reeleito ou não, esse gênio tropical perturbador não está prestes a entrar na lâmpada. O reinado de Jair Bolsonaro pode durar mais tempo do que pensamos."
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