Mesmo com risco país baixo, mercado desconfia de recuperação do Brasil
A imagem da economia brasileira vive um momento paradoxal em sua perspectiva global quase um ano após o início do governo de Jair Bolsonaro. Há uma mistura de otimismo e ceticismo, em que muitos observadores externos acreditam que o país está indo no rumo certo, mas que a recuperação não está tão garantida quanto se pode imaginar.
O risco país, indicador que mede a desconfiança de investidores, caiu ao seu menor nível em nove anos nesta semana. Analistas estrangeiros veem apoiando a movimentação da agenda econômica do governo de Bolsonaro. Uma percepção de pragmatismo na economia é o que segura mais fortemente algum aspecto positivo da imagem do país. Ainda assim, investidores do resto do mundo continuam sem confiar muito na retomada econômica do Brasil.
"Enquanto os locais parecem manter a sua fé no programa econômico liberal do governo, estrangeiros estão mais céticos", diz o jornal de economia Financial Times. A reportagem explica que o ceticismo persistente tem levado a grandes retiradas de estrangeiros de investimentos no país, no total de R$ 15 bilhões.
A publicação vem avaliando esta falta de confiança dos investidores estrangeiros. Recentemente, um artigo publicado no jornal argumentou que o país ainda não conseguiu escapar de uma trajetória de "voo de galinha", em que não há uma sustentação do crescimento.
"Investidores estrangeiros estão buscando a realidade em vez da retórica", diz um entrevistado citado pelo jornal na reportagem mais recente. Outro analista diz que o governo tem passado uma mensagem confusa aos investidores. "Este é um governo liberal, mas tem alguns elementos de intervencionismo e conservadorismo extremo."
Segundo o FT, isso sofre influência de volatilidade de mercados internacionais, mas investidores estão frustrados com a diminuição no ritmo de reformas na economia do país. Depois de a reforma da Previdência gerar otimismo, analistas externos esperavam uma onda de outras mudanças no país, o que acabou não se concretizando.
O FT diz ainda que as questões envolvendo a péssima imagem do Brasil em relação à proteção do ambiente também afeta a confiança de investidores.
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