Brasil voltou a ser prisioneiro político de Lula, segundo colunista
Até sua libertação na tarde de sexta-feira (8), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era tratado por seus partidários como o maior preso político do Brasil. Para o colunista da agência de economia Bloomberg Mac Margolis, entretanto, a realidade é oposto, e o Brasil é que voltou a ser prisioneiro político de Lula.
O argumento foi apresentado em um artigo publicado no site de opinião da Bloomberg –uma das primeiras análises internacionais sobre a libertação de Lula.
"Seu status de figura pública e de único oráculo da esquerda limita a diversidade política e sufoca novas lideranças. Em um momento em que o círculo governante do Brasil se afastou fortemente à direita e o centro implodiu, a lacuna à esquerda reduz a própria democracia", argumenta o colunista.
Segundo Margolis, o próprio Lula ajudou a empobrecer o campo político da esquerda ao não permitir a ascensão de um substituto convincente para ele.
O colunista critica ainda a fragmentação política do Brasil, mas diz que o PT não ajudou a melhorar o sistema enquanto esteve no poder.
"Graças à decisão do Supremo Tribunal Federal desta semana, que derrubou uma decisão mais dura de apenas três anos atrás, Lula agora pode travar suas batalhas legais no conforto de sua casa ou praça pública. Esse é o tipo de jurisprudência que apenas criminosos de colarinho branco de salto alto –que podem pagar advogados para manter a máquina de apelações girando até o prazo de prescrição acabar– poderiam adorar", diz o colunista.
A decisão do STF e a libertação de Lula tiveram ampla cobertura na imprensa internacional. A primeira reação dos observadores externos foi de que a mudança definida pela Justiça foi uma vitória de Lula, mas que gera incerteza política para o país.
Veículos mais ligados à cobertura de notícias de economia, como a própria Bloomberg, têm feito uma cobertura mais crítica, entretanto. O Wall Street Journal publicou um artigo chamando a decisão do STF de um retrocesso para a luta contra a corrupção no Brasil.
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