Acadêmicos dos EUA criam vaquinha para fazer defesa da democracia do Brasil
Um grupo de acadêmicos e ativistas dos Estados Unidos criou uma campanha virtual de financiamento coletivo para estabelecer, em Washington DC, um escritório para coordenar movimentos de defesa da democracia no Brasil.
A ação é uma parceria do U.S. Network for Democracy in Brazil (Rede dos Estados Unidos para Democracia no Brasil) e do Center for Economic and Policy Research, da capital americana.
Ela busca arrecadar US$ 100 mil para contratar um funcionário para trabalhar com membros do Congresso dos EUA, organizar visitas de políticos e líderes de movimentos sociais entre os dois países e aprofundar os laços de solidariedade transnacional. Segundo o projeto, o orçamento total para a criação do escritório seria de US$ 150 mil.
"Queremos criar uma voz alternativa em Washington DC, fortalecer uma rede nacional e influenciar a política dos EUA direcionada ao Brasil", diz a campanha.
Segundo o texto da proposta, o Brasil enfrenta desde 2013 inúmeros desafios a seu sistema democrático. Com a eleição de Jair Bolsonaro, explica, "estratégias continuadas indicam uma tendência a ignorar os processos democráticos, o que cria um cenário difícil para as forças progressistas e de oposição a curto e longo prazo".
O projeto é assinado pelos pesquisadores James N. Green e Alexander Main. Green é professor de História Latino Americana na Universidade Brown e diretor executivo da Associação de Estudos Brasileiros (Brasa). Ele também coordena a Rede dos Estados Unidos para Democracia no Brasil. Main é diretor de políticas internacionais no Centro de Pesquisa Econômica e Política (CEPR).
Segundo eles, o plano é implementar um Projeto Brasil no CEPR, para apoiar o diálogo entre o Brasil e os Estados Unidos. "O diálogo se concentraria nos desafios comuns enfrentados pela sociedade civil, a saber, ameaças ao meio ambiente (global e localmente), violações de direitos humanos e desrespeito às instituições democráticas", diz o texto.
O Escritório para a Democracia no Brasil se propõe como a primeira entidade para unir iniciativas em defesa de causas progressistas no Brasil. A criação dele tem como objetivo "conscientizar sobre as principais ameaças democráticas que o Brasil enfrenta, especialmente relacionadas ao meio ambiente e aos direitos humanos".
Além disso, o escritório quer promover o debate entre especialistas sobre a situação do Brasil e criar um canal para compartilhar e trocar experiências.
O projeto diz que o país pode ser considerado um microcosmo da crescente polarização da política em todo o mundo.
"A eleição de Jair Bolsonaro para a Presidência do Brasil marcou um giro acentuado para a extrema-direita e assustou observadores nos Estados Unidos. Tal como visto pela mídia estrangeira, especialistas no Brasil e ONGs internacionais, os objetivos declarados do novo governo buscam derrubar muitas das medidas progressistas alcançadas no Brasil desde o retorno à democracia na década de 1980, ao mesmo tempo em que tende a criminalizar muitos dos movimentos sociais e ativistas que ampliaram a igualdade socioeconômica, os direitos democráticos e a justiça ambiental", diz.
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