Pesquisa revela que notícias falsas favoreceram a eleição de Bolsonaro
Uma pesquisa acadêmica realizada neste ano na universidade de Swansea, no Reino Unido, comprovou que o compartilhamento de notícias falsas por redes sociais foi favorável à eleição de Jair Bolsonaro para a Presidência.
Segundo o estudo, cujos resultados foram divulgados pelo jornal The Guardian nesta semana, o presidente foi beneficiado pela maioria das fake news compartilhadas pelo WhatsApp no Brasil durante as eleições.
A avaliação é resultado do mestrado em Jornalismo, Mídia e Globalização do pesquisador e jornalista Daniel Avelar. Em seu estudo, ele analisou uma amostra de 11.957 mensagens virais compartilhadas em 296 grupos no aplicativo.
O estudo descobriu que 42% das mensagens compartilhadas em grupos de direita continham informações consideradas falsas. Por outro lado, menos de 3% das mensagens em grupos de esquerda continham mentiras.
A amostra analisada foi coletada pelo WhatsApp Monitor, um banco de dados de conteúdo viral compartilhado em centenas de grupos focados no debate político.
"Os números sugerem que a disseminação de notícias falsas era altamente assimétrica, respondendo por grande parte do conteúdo divulgado pelos apoiadores de Bolsonaro no WhatsApp", escreveu Avelar sobre a pesquisa, no Guardian.
Segundo Avelar, as notícias falsas compartilhadas no WhatsApp se enquadravam em quatro categorias: denúncias de fraudes eleitorais; informações enganosas sobre o atentado contra Bolsonaro; ataques ao sistema político e à mídia; e ataques contra políticos e ativistas de esquerda.
No mês passado, o WhatsApp admitiu publicamente o uso de envios maciços de mensagens, com sistemas automatizados contratados de empresas, durante a eleição presidencial no Brasil.
A divulgação de notícias falsas pela internet também é tema de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito das Fake News.
"Em minha pesquisa, encontrei evidências sugerindo que os eleitores que acessavam exclusivamente conteúdo pró-Bolsonaro no WhatsApp tinham até 15 vezes mais chances de serem expostos a informações erradas do que outros usuários antes da votação", disse Avelar em um texto publicado pelo site Poynter.
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