Vista de fora, Previdência abre caminho para agenda mais ampla de reformas
Celebrada pela maioria dos comentaristas estrangeiros, a reforma da Previdência aprovada nesta semana já é vista no exterior como apenas um primeiro passo para uma agenda de reformas mais amplas na economia brasileira.
Desde as primeiras reações à aprovação da reforma na imprensa internacional, a medida foi vista como uma vitória do governo de Jair Bolsonaro, e já se falava sobre a ideia de que o caminho foi aberto para levar adiante outras mudanças vistas como importantes para o país.
"A aprovação da reforma é o primeiro grande sucesso estratégico para o governo e prova que ele é capaz de mobilizar apoio no Congresso e entre o eleitorado de maneira mais geral para reformas significativas", avaliou o economista Edmund Amann, brasilianista e professor da universidade de Leiden, na Holanda, em entrevista ao blog Brasilianismo.
Amann já havia comentado a importância da reforma da Previdência em uma entrevista concedida em maio. Segundo ele, aprovação dela é importante não apenas pela economia que gera para os cofres públicos, mas especialmente por causa do seu papel simbólico.
Para o economista, a reforma era vista como um primeiro desafio do governo, e apontaria a viabilidade de Bolsonaro alcançar melhoras para a economia do país e indicar ao mundo se o governo poderia ser levado a sério.
"A reforma previdenciária provavelmente fará muito para reforçar a credibilidade da equipe de economia do governo, principalmente o ministro da Economia, Paulo Guedes", disse após a aprovação.
Em sua avaliação, a aprovação não foi tão ampla quanto se esperava, mas ainda assim pode ser vista como um sucesso.
"A reforma da Previdência proporcionará economias orçamentárias importantes, embora não tão marcantes quanto na versão original da reforma. Ainda assim são grandes o suficiente para fazer uma diferença real", disse.
Ainda assim, ele avalia que o mais importante é o valor simbólico, e a indicação de que mais mudanças na economia brasileira podem ser discutidas a partir de agora. "O caminho agora está aberto para outras reformas, e a prioridade aqui provavelmente será a reforma Tributária, provavelmente simplificando e unificando o complexo sistema brasileiro de impostos indiretos."
A ideia de promoção no exterior de uma agenda de novas reformas foi defendida também pelo presidente da Câmara de Deputados, Rodrigo Maia, durante evento realizado em Londres nesta semana.
Para Maia, o governo e o Congresso já pensam em começar a discutir uma reforma administrativa e uma reforma tributária, que segundo ele é "a maior trava ao crescimento do país" atualmente.
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