Em visita de Bolsonaro, China mira recursos naturais e multilateralismo
A imprensa da China tem acompanhado a viagem do presidente Jair Bolsonaro ao país. Os sites da mídia chinesa em inglês publicaram nos últimos dias reportagens e análises sobre a visita oficial e reforçaram a importância do estreitamento de relações entre os dois países.
Em um artigo de opinião publicado pelo site China.org fica evidente que os interesses centrais do governo chinês nessa relação são os recursos naturais do Brasil e a busca pelo fortalecimento de relações exteriores baseadas no multilateralismo –objetivos não exatamente alinhados com o que o presidente tem defendido para a política externa do país.
"É importante ressaltar que o desenvolvimento das relações econômicas e comerciais China-Brasil deve continuar a se basear em suas próprias vantagens comparativas. No caso da China, é mão de obra abundante, forte capacidade industrial e grande potencial de mercado, enquanto o Brasil é rico em recursos naturais", diz o texto assinado pelo colunista Jiang Shixue.
"Essas vantagens comparativas constituem complementaridade distinta. Na era da globalização, essa complementaridade fortalece as bases das relações econômicas e comerciais bilaterais", complementa.
O China.org é um portal ligado ao Departamento de informações do governo chinês, e publica textos sobre a posição oficial do partido que governa o país.
O artigo argumenta que este é um de três pontos fundamentais das relações entre os dois países. Além da oferta de recursos naturais, o texto diz que o Brasil e a China precisam se juntar contra o unilateralismo –uma referência indireta aos Estados Unidos.
A posição vai contra a guinada promovida pelo Itamaraty desde o início do governo de Bolsonaro visando um maior alinhamento do Brasil aos EUA e que chegou a dizer que a China queria comprar o Brasil. Ela também apoia um maior multilateralismo, que é diferente do que a política externa brasileira de Bolsonaro tem defendido.
"China e Brasil precisam dar as mãos para resistir ao hegemonismo, ao bullying, ao unilateralismo e ao protecionismo. Tudo isso causou grandes danos às leis e regras internacionais, ao sistema internacional e à ordem internacional, atrapalharam o ritmo da globalização e prejudicaram as relações Norte-Sul e as relações Sul-Sul. Tanto a China quanto o Brasil são vítimas. Portanto, eles precisam falar a uma só voz em várias ocasiões multilaterais para promover o multilateralismo e o livre comércio", defende.
Por último, diz que é necessário promover o entendimento mútuo entre os dois países por meio de turismo, incentivo ao ensino de idiomas e trocas culturais.
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