Fogo na Amazônia (ainda) domina atenção e crítica do mundo sobre o Brasil
Reportagens publicadas ao longo do fim de semana em alguns dos principais veículos de imprensa internacionais mostram que o mundo continua atento à destruição da Floresta Amazônica. Por mais que o governo de Jair Bolsonaro tenha rejeitado qualquer crítica estrangeira e tenha defendido a soberania da Amazônia, a opinião pública do resto do mundo não parece menos preocupada com os incêndios.
Quase três meses depois de terem passado a dominar a atenção estrangeira voltada ao Brasil, os incêndios na floresta foram tema de novos textos publicados por veículos como o New York Times, o Guardian, o Washington Post e o Telegraph. Em muitas das reportagens, o destaque é para a continuação da destruição sobre a qual se fala pelo menos desde julho.
"A Amazônia ainda está em chamas. Culpe a carne (e Bolsonaro)", diz o título de uma reportagem em vídeo do New York Times publicada junto com um texto sobre a "Amazônia sem lei" no Brasil.
A reportagem fala especialmente sobre o "dia de fogo", e sobre a disputa política entre a conservação da floresta e o uso da terra para a criação de gado.
"Bem-vindo ao coração sem lei da Amazônia brasileira. Aqui, pecuaristas e madeireiros –encorajados pelo presidente Jair Bolsonaro– estão limpando enormes extensões de floresta a cada minuto. Tudo em nome do progresso", diz o texto.
"A Amazônia ainda está queimando. Quem é responsável?", pergunta o título de uma análise publicada pelo Washington Post. O texto avalia o que está causando os incêndios.
Apesar de explicar que há muitas causas por trás da destruição da floresta, o jornal não poupa críticas ao governo.
"A ambivalência de Bolsonaro em relação à proteção ambiental pode não ter acendido diretamente o primeiro fogo, mas foi um aceno de aprovação para quem o fez", diz.
O jornal britânico The Guardian vem acompanhando desde o início do ano –e com abordagem muito crítica– o desenrolar de notícias sobre a Amazônia. No domingo, publicou uma longa reportagem sobre a importância da Igreja Católica na proteção da floresta.
A atenção contínua do resto do mundo ao que acontece com a Amazônia tem o potencial de danificar de forma duradoura a imagem internacional do Brasil.
Em uma entrevista ao blog Brasilianismo, o especialista em reputações de países Simon Anholt comentou o impacto do fogo na percepção internacional do Brasil.
Segundo ele, o país ainda conta com boa vontade internacional por conta de "um sentimento caloroso em relação ao Brasil como guardião amigável da Amazônia (que, apesar do que Bolsonaro diz, é vista como pertencendo à humanidade, não ao governo brasileiro), e se você tirar isso, ameaça causar danos sérios e de longo prazo à reputação do país. E a reputação, como mostram décadas de pesquisa, tem um grande impacto no turismo, investimento estrangeiro, exportações, relações culturais e diplomáticas."
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