Brasil é exemplo de corrupção de campanha anticorrupção, diz pesquisador
A crise causada pelos incêndios na Amazônia é um exemplo do resultado da "manipulação cínica dos esforços anticorrupção para minar a democracia e promover uma agenda política autoritária".
O argumento foi defendido por Kaushik Basu, pesquisador do instituto Brookings (o think tank de maior prestígio do mundo) e professor de erocnomia da universidade Cornell, nos EUA, em artigo publicado no site do Brookings.
Segundo Basu, que também foi economista-chefe do Banco Mundial e é presidente da International Economic Association, Bolsonaro é responsável pela redução dos sistemas de proteção da Amazônia, mas ele só chegou ao poder por conta desse uso errado de ações contra a corrupção.
A corrupção é um problema sério em vários países do mundo, explica, mas também serve para motivar movimentos políticos que manipulam a luta contra ela para seus próprios fins.
"Muitos líderes que chegaram ao poder com um interesse genuíno no controle da corrupção acabaram alimentando o compadrio e prejudicando a democracia", diz.
De acordo com o artigo, isso foi visto no Brasil no caso da prisão de Lula em um ano eleitoral.
Lula "foi preso por corrupção, não como uma tentativa honesta de construir um sistema político mais transparente, mas para excluí-lo da eleição presidencial, que pesquisas de opinião sugeriram que ele venceria, possibilitando assim a vitória de Bolsonaro", diz Basu –e a eleição de Bolsonaro é o que leva à relação com os incêndios na Amazônia.
"Sistemas corruptos são vulneráveis não apenas à corrupção em si, mas também a iniciativas de 'anticorrupção' motivadas politicamente, que entranham os desequilíbrios de poder que devem superar e facilitam a ascensão de regimes não democráticos. A escala da devastação que essa manipulação pode causar é evidente na Amazônia hoje", avalia.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.