Para colunista americano, incêndio na Amazônia é ameaça à segurança dos EUA
A relação entre os incêndios na Amazônia e o aquecimento global permitem ver o fogo na floresta brasileira como uma ameaça à segurança dos Estados Unidos, defendeu o colunista James Stavridis em um artigo publicado no site da agência de economia Bloomberg.
Almirante aposentado da Marinha dos EUA, Stavridis alega que o aquecimento global torna o clima menos previsível e gera tempestades destruidoras. Além disso, completa, a elevação do nível do mar é uma ameaça à Marinha americana.
O artigo critica ainda a posição do presidente Donald Trump, que apoiou em redes sociais a postura do presidente brasileiro sobre as queimadas.
"Os americanos precisam entender como essas crescentes nuvens de fumaça sobre a Amazônia são uma ameaça direta à nossa segurança nacional", defende.
A opinião de Stavridis se alinha a outros artigos publicados recentemente na mídia americana criticando o Brasil e tratando a questão ambiental como uma ameaça aos EUA.
O primeiro texto assim ganhou destaque em julho na revista The New Republic. No artigo, o analista Tyler Bellstrom dizia que os Estados Unidos deveriam se preocupar mais com o aquecimento global, e passar a ver o Brasil como uma ameaça existencial maior do que o Irã e a China, tradicionalmente vistos como maior risco da atualidade pelos EUA, por conta do desmatamento crescente. Era um tom duro que até então não era visto facilmente no debate público.
Um outro artigo publicado no fim de semana passado pela revista The Atlantic escalou o tom. Nele, o jornalista e escritor Franklin Foer alega que o incêndio da floresta deve ser tratado pelo resto do mundo como uma ameaça maior do que as armas de destruição de massa (que foram usadas como justificativa da invasão do Iraque).
Estes textos se juntam a uma série de análises internacionais que se alinham à postura do presidente francês Emmanuel Macron e abrem espaço para questionamentos sobre a soberania brasileira da Amazônia. O controverso tema, antes raro em discussões no resto do mundo, vem ganhando força na mídia estrangeira enquanto são debatidas formas de pressionar o governo brasileiro a assumir responsabilidade pela proteção da floresta.
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