Bolsonaro abandonou promessa de luta contra corrupção, avalia The Economist
A luta contra a corrupção, prioridade dos eleitores brasileiros e uma das principais bandeiras da campanha que levou à eleição de Jair Bolsonaro, está perdendo força no Brasil, avalia um artigo publicado pela revista The Economist nesta semana.
De acordo com a publicação, o presidente abandonou a sua "cruzada" contra a corrupção, quebrando uma das suas promessas. Seu governo, diz, "parece tão propenso a escândalos quanto o que ele substituiu".
A Economist cita as acusações contra o filho do presidente, Flávio Bolsonaro, fala sobre o vazamento de conversas do ministro Sergio Moro pelo site The Intercept, relata as investigações sobre o ministro do Turismo e chama a possível indicação de Eduardo Bolsonaro para a embaixada de Washington de nepotismo.
O ponto mais problemático, diz, foi a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, de suspender investigações criminais que usem dados do Coaf.
"O presidente apoiou a decisão de suspender o caso contra seu filho. Fora isso, ele ficou quieto quanto à corrupção."
A Economist até defende conquistas do governo em outras áreas, como o avanço da Reforma da Previdência e o acordo do Mercosul com a UE. Ainda assim, destaca a baixa popularidade do governo e a dificuldade em recuperar a economia. Segundo a revista, entretanto, apesar da sequência de escândalos e revelações, os brasileiros não perceberam que a "equipe dos sonhos contra a corrupção" "fracassou".
A publicação avalia a possibilidade de a luta contra a corrupção voltar a ganhar força no país e argumenta que é justamente quem mais defendia este tipo de ação que agora cria dificuldades.
"Apesar de suas falhas, a Lava Jato ofereceu a esperança de que o Brasil poderia acabar com a cultura de impunidade que permitia o avanço da corrupção. A questão agora é se essa missão pode superar os danos infligidos a ela por seus maiores defensores".
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