Lava Jato pode não sobreviver a vazamentos, diz revista Foreign Policy
De volta ao foco de atenção internacional por conta dos vazamento de conversas entre o ex-juiz Sergio Moro, atual ministro da Justiça, e o procurador Deltan Dallagnol pelo site Intercept, a Operação Lava Jato se vê sob pressão, e pode estar ameaçada, segundo uma reportagem publicada pela revista de política internacional Foreign Policy.
"A Lava Jato, que começou em 2014 como uma investigação focada em lavagem de dinheiro, pode não sobreviver às alegações", diz o texto.
"Os investigadores devem agora enfrentar a questão de saber se eles ainda podem alcançar seus objetivos em meio a uma polarização pública mais elevada e com um Supremo Tribunal Federal cada vez mais dividido sobre questões sobre a autonomia judicial da investigação. Juntamente com as alegações de viés político, esses fatores podem levar a investigação para mais perto do seu fim do que nunca."
A reportagem lista as conquistas da Lava Jato e o apoio popular à luta contra a corrupção no país. Segundo o texto, a operação começou a enfrentar um maior ceticismo depois que Moro aceitou se tornar ministro do governo de Jair Bolsonaro.
"Moro foi diretamente responsável por condenar Lula, que foi o principal concorrente de Bolsonaro até que o ex-presidente foi impedido de concorrer um pouco mais de um mês antes da votação. Para muitos observadores, a nova posição de Moro e as descobertas do Intercept acrescentam combustível às alegações de apoiadores do Partido dos Trabalhadores de Lula de que a investigação foi politicamente motivada."
Apesar do diagnóstico crítico sobre a situação da Lava Jato, a publicação ressalta que a operação ainda tem bastante apoio entre os brasileiros, e que pode corrigir problemas e superar dificuldades.
"Apesar dos desafios enfrentados pela investigação, é possível que a Lava Jato ainda possa ir além de prisões sensacionalistas e, eventualmente, começar a proteger estruturas e setores vulneráveis à corrupção. O apoio público à investigação continua sendo vital, assim como a vontade política e judicial de implementar medidas anticorrupção. (…). Mas, atualmente, a opinião pública volátil, a suscetibilidade da investigação a agendas políticas, decisões judiciais imprevisíveis e divisões abertas no Supremo Tribunal Federal podem deixar a Lava Jato e seu legado em frangalhos."
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