Le Monde descreve genocídio nas favelas do Rio e responsabiliza governador
O Rio de Janeiro vive neste ano o pior momento da violência policial em sua história recente, diz uma reportagem publicada pelo jornal francês Le Monde, que fala em "genocídio" nas favelas do Estado.
Segundo a publicação, a origem do aumento dessa violência está na atuação do governador Wilson Witzel, que assumiu o poder no início do ano e "encoraja abertamente os policiais a atirar na cabeça dos traficantes", diz a reportagem.
"O discurso da campanha se tornou uma realidade. Desde janeiro, os moradores "caem" na favela de Manguinhos, mesmo quando não há operações policiais em andamento", diz o Monde, citando relatos de testemunhas sobre atividade de atiradores de elite em torres nas favelas.
"O termo 'genocídio' é usado no Rio porque os assassinatos da polícia afetam, em sua grande maioria, a mesma categoria da população: homens jovens, negros e habitantes das favelas", diz o jornal.
O aumento da violência já foi denunciado à ONU, relata o jornal, como uma violação de direitos humanos. Mesmo assim, continua a reportagem, o governador argumenta que a queda no número de homicídios e de roubos servem para justificar sua política.
OUTRO LADO
Em nota enviada ao UOL, o governo do Estado do Rio de Janeiro rejeitou o título deste post e negou que o Monde tenha descrito um "genocídio" no Rio de Janeiro –por mais que o trecho da reportagem que descreve o que é chamado de "genocídio" seja texto do próprio jornal, e não uma declaração entre aspas no texto original em francês.
Leia abaixo a íntegra da nota do governo do Rio:
1) Ao contrário do que afirma o título da matéria veiculada nesta terça-feira (04/06) no UOL, o texto publicado no jornal Le Monde não "descreve genocídio nas favelas do Rio e responsabiliza o governador ". Segue o trecho da matéria que usa a palavra genocídio, já que o texto do Le Monde não foi reproduzido pelo Uol:
"'Tanto para dizer que sempre podemos encontrar uma justificativa para um tiro pela polícia e assim continuar o que poderia ser descrito como genocídio', considera o Partido Comunista Federal Comunista do Rio, Jandira Feghali. O termo 'genocídio' é usado no Rio porque os assassinatos da polícia afetam, em sua grande maioria, a mesma categoria da população: homens jovens, negros e habitantes das favelas."
2) Não há, de forma alguma, nenhum tipo de "genocídio" na atual política de segurança no Estado do Rio de Janeiro. Essa afirmação é absurda, leviana, irresponsável e equivocada.
As premissas da política de segurança do governo do estado vão muito além do confronto e são: a independência das polícias Civil e Militar, o investimento em inteligência e equipamentos, a ampliação das investigações da lavagem de dinheiro, a agilidade na resposta penal e a eficiência do sistema penitenciário.
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