Amazônia é 'pedra nas botas de couro' de Bolsonaro, diz arqueólogo francês
Enquanto a destruição causada pelo fogo despertou consciências quando atingiu símbolos do patrimônio mundial, como o Museu Nacional do Rio de Janeiro ou a Catedral de Notre Dame em Paris, o mundo se cala diante do desmatamento da Amazônia, lamenta o arqueólogo francês Stéphen Rostain.
"Enquanto as lágrimas do diabo assolam alguns dos lugares de culto e conhecimento mais famosos do mundo, lágrimas incandescentes devoram uma das maravilhas do nosso planeta em meio a indiferença indigna", diz Rostain.
A crítica foi feita em um artigo publicado no jornal Le Monde. Segundo Rostain, que é diretor de pesquisas do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS) da França, a Amazônia está queimando, mas isso não é suficiente para mover o poder político e econômico mundial a fazer algo para mudar este quadro.
"Ali também está ocorrendo uma tragédia que terá consequências incalculáveis para o nosso futuro. Os efeitos não se limitam apenas à flora e fauna locais, mas também aos povos indígenas, à biodiversidade terrestre, à absorção de carbono e até mesmo à mudança climática global", diz o texto.
Rostain alega que houve um período de otimismo em relação à Amazônia no início deste século, mas que o desmatamento vem aumentando nos últimos anos e pode piorar ainda mais sob o novo governo brasileiro. Segundo ele, "a Amazônia é uma pedra nas botas de couro de Jair Bolsonaro".
O presidente, ele alega, mostrou claramente suas tendências pouco democráticas associadas a excessos derivados de não acreditar no aquecimento global e de um desejo inflexível de tornar a Amazônia produtiva. Como resultado, a região vive "um faroeste tropical doentio sob a tirania dos pistoleiros sem alma. Chamas e sangue reinam frequentemente na Amazônia".
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