Judiciário perde credibilidade em momento crítico para democracia, diz NYT
A censura imposta pelo Supremo Tribunal Federal aos sites da revista Crusoé e O Antagonista por conta de textos sobre o ministro Dias Toffoli se tornou um símbolo da transformação do Judiciário brasileiro, segundo uma reportagem publicada no jornal norte-americano The New York Times. Antes ícone da luta contra a corrupção, a Justiça brasileira parece estar perdendo a capacidade de funcionar como poder moderador, um contrapeso ao governo, avalia o jornal.
Segundo a publicação, a mudança é um problema para o país porque ocorre "justamente quanto o país empossou um presidente de extrema direita, Jair Bolsonaro, que expressou desprezo por liberdades civis", diz, citando ataques do próprio presidente à imprensa.
O jornal relata como a Justiça brasileira ganhou apoio nacional no passado por conta da luta contra a corrupção, especialmente a Operação Lava Jato, mas explica que muitos brasileiros passaram agora a protestar contra decisões do STF que aparentam limitar o próprio combate à corrupção.
O comportamento do STF, e a censura imposta pela corte, "aumentam a crescente percepção de que alguns dos ministros do Supremo se veem como intocáveis", explica o jornal.
"O declínio da credibilidade do tribunal vem da percepção de que a lei é secundária para os juízes, e que eles estão usando seu poder para proteger a si mesmos e seus aliados do escrutínio –incluindo as pessoas que eles deveriam julgar. Ela não é vista como uma instituição imparcial", diz a reportagem.
Com a perda de credibilidade da Justiça, as decisões do STF podem passar a ter menos peso, diminuindo sua força no sistema de pesos e contrapesos que garante o funcionamento da democracia, indica o NYT.
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