Troca de ministros cria novas controvérsias e reforça imagem de turbulência
Imprensa internacional diz que novo ministro da Educação é um seguidor de teorias da conspiração, e mudança na pasta é vista como mais uma evidência de problemas internos do governo, revelando as dificuldades em avançar com reformas na economia.
A mudança no Ministério da Educação do governo de Jair Bolsonaro, com a demissão de Ricardo Vélez Rodriguez e sua substituição por Abraham Weintraub, foi vista no exterior como mais uma turbulência nos primeiros cem dias do presidente.
"A agenda política foi colocada em dúvida depois de o presidente brasileiro ser forçado a trocar um dos seus principais ministros após uma série de passos em falso e escândalos", diz uma reportagem do jornal de economia Financial Times.
A mudança, complementa, "evidencia a turbulência enfrentada pelo governo Bolsonaro, que tem sido marcado por disputas políticas desde sua posse".
Vélez já vinha sendo criticado internacionalmente se sendo chamado de "controverso" por suas declarações e propostas de filmar alunos cantando o hino e mudanças em livros didáticos, vistas no exterior como como revisionismo histórico problemático.
Apesar de a saída dele ser vista como uma vitória de "moderados", segundo o FT, muitos outros veículos já indicam que o Ministério da Educação vai continuar sendo foco de problemas no Brasil.
Segundo a imprensa internacional, Bolsonaro trocou um ministro "controverso" e que tentou promover o revisionismo histórico por um seguidor de teorias da conspiração ligado ao mercado.
A avaliação externa é de que o novo ministro não tem experiência em educação, e que revelou opiniões vistas como problemáticas para especialistas da área.
"O novo ministro é um economista e professor universitário que passou a maior parte de sua carreira no setor financeiro e deu voz a teorias de conspiração de direita –argumentando no ano passado que o crack foi deliberadamente introduzido no Brasil como parte de uma conspiração comunista", diz o jornal britânico "The Guardian".
O jornal também ressalta que Weintraub elogiou Olavo de Carvalho, "um ex-astrólogo e filósofo que ataca seus inimigos com vídeos do YouTube carregados de obscenidade e gravados em sua casa em Richmond, Virgínia, e que questionou se a Terra gira em torno do sol".
O Financial Times ressalta que a troca de ministros acontece enquanto Bolsonaro tentar acelerar a negociação da reforma da Previdência, e cita um analista do Mercado que diz que a realidade brasileira ainda enfrenta problemas e "as coisas ainda não estão sólidas".
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