Entrada de Moro no governo é risco para ele e para o Brasil, diz Economist
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, aparece vestido como um juiz que chega de paraquedas em uma zona de guerra em uma ilustração publicada pela nesta semana pela revista The Economist. A imagem e o texto que acompanha tentam resumir a situação do ex-juiz que agora é responsável por muito mais do que o combate à corrupção, e vai enfrentar grandes desafios em um país conhecido internacionalmente pelo alto índice de violência –e vai ser julgado por suas ações.
A situação do ministro no governo de Jair Bolsonaro será complicada, segundo a revista. Ao aceitar ser parte do governo, diz Moro criou uma situação que é arriscada tanto para ele e para o Brasil, avalia a publicação.
Segundo a Economist, A decisão de ser parte do governo foi controversa. "Para alguns brasileiros, Moro sempre será condenado por ter parecido agir à margem da lei em sua busca por Lula. Para muitos outros, ele é um herói", explica. Apesar disso, avalia que Moro agora é "uma celebridade em um governo cheio de militares e civis inexperientes ou pouco racionais".
"Depois de ajudar a impedir que Lula fosse candidato nas eleições presidenciais do ano passado, Moro aceitou de forma controversa um convite do vencedor, Jair Bolsonaro, um que admirador de ditadores militares. (…) Sua missão é fazer com que o governo federal aplique o mesmo zelo que ele exercia em seu tribunal na luta contra a corrupção e o crime organizado e violento. É uma causa popular. Mas há riscos, tanto para sua reputação quanto para o Brasil."
A revista explica que Moro conseguiu escapar das polêmicas e instabilidades que afetam o novo governo nos seus primeiros meses, e que mostrou serviço ao apresentar um projeto de lei anti-crime. Apesar de mencionar as críticas que o plano pode aumentar a violência policial, a Economist alega que as propostas do novo ministro estão alinhadas a o que os eleitores brasileiros indicaram querer ao eleger Bolsonaro. Ainda assim, diz, as coisas não vão ser fáceis para Moro.
"Os maiores testes de Moro estão além de seu projeto de lei. Reduzir o crime envolve mais do que leis mais rígidas. Precisa de melhor policiamento e trabalho comunitário nas favelas. Muito disso é o trabalho dos governos estaduais, mas requer coordenação do topo. O ministro diz que Bolsonaro fará isso. Mas é difícil ver o presidente se interessando nisso. Ele já emitiu um decreto que liberaliza a posse de armas, contra o conselho de Moro. Grupos de direitos humanos relatam um aumento nos crimes de ódio contra mulheres e gays, que Bolsonaro frequentemente denigre publicamente."
Segundo a revista, Bolsonaro precisa mais de Moro do que o ministro precisa do presidente. Ainda assim, Moro agora é parte do Executivo, e agora também vai ser julgado pelas ações do governo.
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