Para especialista, lei anticrime de Moro segue modelo que tende a fracassar
O projeto de lei anticrime apresentado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, na segunda-feira (4) segue um modelo que tem problemas em seu funcionamento e que não costuma ter efeito real, segundo o cientista político Pablo Policzer.
Diretor do Centro de Pesquisas sobre a América Latina na Universidade de Calgary, no Canadá, Policzer avalia que a proposta, promessa da campanha presidencial de Jair Bolsonaro, pode até ter impacto político, mas não costuma se revelar eficiente no combate ao crime.
"Essas políticas de 'mano dura' muitas vezes encontram muito apoio político, especialmente em contextos onde as pessoas genuinamente se sentem inseguras. Mas elas têm repetidamente fracassado na prática", disse Policzer ao blog Brasilianismo.
O projeto apresentado por Moro contém mudanças em 19 áreas e endurece a legislação em relação ao cumprimento de penas de condenados em segunda instância. A proposta será encaminhada ao Congresso Nacional.
Policzer é especialista em política comparativa com foco na América Latina e há anos desenvolve pesquisas sobre violência no continente. Segundo ele, além de o projeto de lei anticrime ter problemas, ele precisa ser pensado no contexto de um governo que já agiu para facilitar o acesso a armas no país. Para ele, essas medidas têm pouco efeito real e podem até piorar ainda mais a sensação de falta de segurança no país.
"O que é especialmente preocupante é o afrouxamento das leis de controle de armas no Brasil, onde a violência dos vigilantes já é um grande problema. Em vez de segurança, esse movimento provavelmente gerará mais medo e insegurança", disse.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.