Na mídia estrangeira, Bolsonaro 'abre' o Brasil, mas assusta ambientalistas
O discurso do presidente Jair Bolsonaro na abertura do Fórum Econômico Mundial em Davos, nesta terça-feira (22), foi visto internacionalmente como uma declaração de "abertura" do Brasil ao mundo e como motivo de preocupação para ambientalistas. As primeiras reações da imprensa estrangeira à fala de Bolsonaro mistura otimismo com a economia e preocupação com o futuro do Brasil e do ambiente global.
"Bolsonaro tinha uma mensagem simples para banqueiros, investidores e executivos reunidos em Davos: O Brasil está aberto para negócios", diz reportagem publicada pela rede americana CNN.
Segundo o texto, o presidente brasileiro evitou dar tom "bombástico" a seu discurso, mas revelou planos para um "novo Brasil" que deve atrair ondas de investimento estrangeiro.
Em seu discurso, Bolsonaro disse que seu governo fará as reformas que "o mundo espera" do Brasil, vendendo a promessa de que o país se torne mais atrativo para investimentos estrangeiros.
O canal de economia CNBC usou tom parecido, alegando que a ausência de Dolnad Trump impulsionou Bolsonaro para os holofotes de Davos. Segundo a reportagem, Bolsonaro "prometeu transformar a maior economia da América Latina em um país mais atraente para investimentos".
A CNBC entrevistou investidores sobre o discurso, e mostrou que o mercado viu de forma otimista as declarações de Bolsonaro. "Sua agenda é uma agenda de reforma. Se é populista ou não não nos interessa –é uma agenda de reforma que achamos que é boa para o país e o país precisa dela", disse um dos entrevistados.
Apesar do tom positivo percebido pelo mercado e pela imprensa especializada em economia, o discurso de Bolsonaro também foi alvo de críticas na mídia estrangeira. Uma reportagem publicada pelo jornal britânico The Guardian, por exemplo, diz que a fala do brasileiro gerou um novo alerta entre ambientalistas.
"Em discurso que não se esforçou para reduzir os riscos de uma estratégia focada só em crescimento para a região da Amazônia, Bolsonaro usou sua primeira viagem ao exterior desde que assumiu o poder no começo do ano para apresentar uma proposta favorável a negócios", diz, citando organizações internacionais que demonstram preocupação, como o Greenpeace.
"Um dos primeiros atos de Bolsonaro foi transferir o controle da regulamentação e a criação de reservas indígenas para o ministério da agricultura, que é controlado pelo lobby do agronegócio no Brasil. Essa medida foi amplamente criticada por grupos ambientalistas", explica.
O Guardian ressaltou ainda que o discurso em Davos aconteceu enquanto Bolsonaro enfrenta pressão por conta das denúncias de corrupção contra seu filho, Flávio Bolsonaro. Muitos veículos da imprensa internacional começam a dar a atenção a este assunto e foi clara a demonstração de estranheza pelo fato de Bolsonaro não conceder uma entrevista coletiva durante o Fórum.
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