Imprensa estrangeira destaca aumento da violência política no Brasil
A imagem de violência é uma das mais fortes associações que se percebe na imprensa internacional ao tratar do Brasil nos últimos anos. Mais recentemente, têm sido comuns as análises que tratam sobre o crescimento da violência política, que teve destaque especialmente na cobertura da morte da vereadora Marielle Franco, nos tiros disparados contra uma caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e no atentado a faca contra Jair Bolsonaro. Na semana após o primeiro turno de eleições "marcadas pela raiva", o mundo vê o ódio político florescer no Brasil.
"Tensão diante das eleições brasileiras foram ligadas a uma série de ataques violentos, incluindo um caso que está sendo tratado como um assassinato político", diz uma reportagem da rede britânica BBC.
"A frustração dos eleitores com o aumento da violência e da corrupção no país – bem como a explosão de notícias falsas inflamatórias – criou uma atmosfera tóxica que englobou a eleição deste ano", avalia o jornal inglês "The Guardian".
Os relatos sobre violência política se tornaram tão frequentes na mídia estrangeira que uma busca na internet por notícias a respeito da violência no Brasil tem mais retornos sobre a eleição do que sobre o recorde de homicídios no país –este que é uma das imagens mais fortes e mais negativas sobre o Brasil no exterior.
A agência Associated Press registrou que os casos de violência relacionados à eleição levaram os candidatos a pedirem calma a seus eleitores –ainda que a BBC tenha destacado que Bolsonaro tratou os casos como "isolados".
As reportagens na imprensa internacional relatam dezenas de casos de violência política registrados no país nas últimas semanas.
A ONG Human Rights Watch também registrou o aumento de casos violentos no país por conta da eleição. Em um texto que trata de relatos pessoais de agressão por política ouvidos de amigos, a diretora da divisão brasileira da HRW defendeu que os candidatos, Maria Laura Canineu, argumenta que os candidatos precisam ser enfáticos contra a violência.
"Eleições são um exercício de democracia, momentos especiais em que cidadãos refletem sobre o estado do país e escolhem pacificamente o futuro que querem. Mas a campanha deste ano foi manchada por ameaças e violência", diz.
Entre os casos de agressões registrados pela imprensa internacional estão situações de ataques a jornalistas brasileiros. Segundo a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, 137 repórteres foram ameaçados ou atacados enquanto cobriam as eleições.
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