Imprensa estrangeira vê fracasso do 'centro' e segundo turno de 'pesadelo'
A menos de uma semana das eleições presidenciais descritas como "decisivas", "polarizadas" e "imprevisíveis", a mídia estrangeira que acompanha a situação política do Brasil parece ter decretado o fracasso da tentativa de unir o país em torno de um candidato "de centro" e vê o país caminhando para um segundo turno "turbulento" entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad.
"Milhões de eleitores brasileiros estão frustrados com a implosão do centro", diz o título de uma reportagem publicada pela agência de economia Bloomberg. Segundo a publicação, esses brasileiros "moderados" se sentem sem ter a quem apoiar.
Com o avanço de Haddad nas pesquisas, "o favorito do mercado, Geraldo Alckmin, um dos candidatos de um centro com muitos nomes, está sofrendo uma hemorragia de apoio enquanto congressistas passam ao lado de candidatos com mais força", diz a publicação.
"Apelos pela união em torno de um candidato de centro fizeram pouco para mudar a paisagem, e as esperanças de moderados de que cabeças frias venceriam estão desaparecendo", complementa.
O cenário do segundo turno entre Haddad e Bolsonaro tem sido descrito como "o pior possível", segundo uma entrevistada pela agência, ou uma disputa entre "o ruim e o extremamente ruim", segundo reportagem da agência Reuters.
De acordo com a Reuters, este enfraquecimento de candidaturas vistas como mais "moderadas" está levando os empresários brasileiros a "apoiarem silenciosamente" a candidatura de Bolsonaro, com medo da volta da esquerda ao poder.
"Alguns veem Bolsonaro como a alternativa menos pior na disputa que está se desenhando", diz a Reuters. Segundo a agência, entretanto, muitos questionam se Bolsonaro teria capacidade de formar as alianças necessárias para governar.
O segundo turno entre Bolsonaro e Haddad é o "cenário de pesadelo" para os mercados, segundo reportagem do "Financial Times", e pode condenar o Brasil a mais quatro anos de grandes brigas políticas.
"Investidores estão cada vez mais preocupados que os eleitores podem escolher um presidente que não tem vontade ou capacidade de implementar reformas econômicas necessárias, mas politicamente difíceis para corrigir os desequilíbrios fiscais da maior economia da América Latina", explica.
Segundo a rede Al Jazeera, a possibilidade de um segundo turno entre Haddad e Bolsonaro criaria uma "disputa de rejeições", mas pode dar força aos eleitores mais moderados. Em um "festival e propaganda negativa", diz, o candidato que conseguir atrair este público mais ao centro pode fazer com que o apoio dele impulsione a sua eleição.
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