Bolsonaro é perigoso e seria um presidente desastroso, diz "The Economist"
Em um dos posicionamentos estrangeiros mais fortes a respeito da candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência, a revista "The Economist" diz que ele é um grande perigo para a democracia brasileira.
"Bolsonaro seria um presidente desastroso. Sua retórica mostra que ele não tem respeito suficiente por muitos brasileiros, incluindo gays e negros, para governar de forma justa. Há pouca evidência de que ele entende os problemas econômicos do Brasil bem o suficiente para resolvê-los. Seus ajoelhamentos à ditadura fazem dele uma ameaça à democracia em um país onde a fé nela foi abalada pela exposição da corrupção e a miséria da crise econômica", diz a revista em um texto dedicado inteiramente ao candidato, chamado de "populista".
Apesar de reconhecer que a rejeição a Bolsonaro é grande e que ele não tem apoio de grandes grupos políticos para impulsionar sua candidatura, a "Economist" ressalta que o mercado já flertou com sua candidatura, e alerta que outros países em crise elegeram líderes radicais antes ignorados, que isso poderia acontecer novamente. "Não há espaço para complacência", diz.
O posicionamento da revista é importante pois ela costuma ser o principal reflexo da opinião da elite política e financeira internacional a respeito do Brasil. Por muito tempo, enquanto a economia e a política brasileira estavam em alta, a capa da revista mostrando o Cristo Redentor decolando era tratada como o símbolo da ascensão do país. Tempos depois, outras capas viraram reflexo da crise no país. De uma forma ou de outra, o posicionamento editorial mostra que o candidato não é bem aceito internacionalmente.
A análise da revista foi publicada em uma edição com grande espaço dedicado à eleição no Brasil, considerada um momento problemático para o país. Além do texto sobre Bolsonaro, um outro discute as incertezas em torno da eleição, chamada de a mais diferente que já houve. Ela comenta ainda o clima de desilusão dos brasileiros com a política.
O texto repete uma analogia bem comum quando publicações estrangeiras analisam a política brasileira, comparando a disputa eleitoral com uma novela em que é impossível adivinhar o fim.
A aposta mais certa para a política brasileira às vésperas de uma eleição conturbada é que a decisão não vai gerar as condições necessárias para a renovação política e econômica de que o Brasil precisa, diz a revista.
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